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Nestor Lima Vaz
ela tenha entrado no mundo, completando aquilo o que para
Hegel era significação, pela subversão de uma ordem política
e social fundada sobre o eclesiástico, a Igreja, qualquer
que seja a sua necessidade, a dialética hegeliana é falsa e
contradita, tanto pela observação das ciências da natureza,
quanto pelo progresso histórico da ciência fundamental, a
saber, as matemáticas.
É aqui que a angústia é o signo como bem cedo o viu um
contemporâneo do desenvolvimento do sistema de Hegel,
Kierkegaard, a angústia é para nós o testemunho de uma
hiância essencial, que traz o testemunho de que a doutrina
freudiana é aquela que disso dá o esclarecimento” (LACAN,
aula inédita e única do seminário Les Noms du Père de
20/11/63, tradução nossa ).
É pela angústia que Lacan nos conduz nessa angústia, nominação real
passagem de uma geometria euclidiana a uma geometria
não euclidiana. Estamos aqui diante do nó de nossa questão. 85
Lacan articula angústia, desejo e objeto nesse mesmo nó.
Qual é então a novidade que ele nos apresenta, já que havia
falado disso nos seminários anteriores?
A novidade que nos apresenta é justamente a de
tomar esses conceitos considerando as três dimensões do
espaço e depois fazer sua apresentação em duas dimensões
no plano. É justamente isso o que permite um enodamento
diferente no mis a plat dos invariantes topológicos. São
as conectividades que se apresentam a partir dessa outra
dimensão que nos permitirão situar o lugar da angústia.
Ora, aprendemos a ler com Lacan que a angústia
é a tradução subjetiva do objeto a (LACAN, 2005, p. 113).
Não faço mais do que nomear o objeto da angústia, já imerso
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 79-85, 2015
ela tenha entrado no mundo, completando aquilo o que para
Hegel era significação, pela subversão de uma ordem política
e social fundada sobre o eclesiástico, a Igreja, qualquer
que seja a sua necessidade, a dialética hegeliana é falsa e
contradita, tanto pela observação das ciências da natureza,
quanto pelo progresso histórico da ciência fundamental, a
saber, as matemáticas.
É aqui que a angústia é o signo como bem cedo o viu um
contemporâneo do desenvolvimento do sistema de Hegel,
Kierkegaard, a angústia é para nós o testemunho de uma
hiância essencial, que traz o testemunho de que a doutrina
freudiana é aquela que disso dá o esclarecimento” (LACAN,
aula inédita e única do seminário Les Noms du Père de
20/11/63, tradução nossa ).
É pela angústia que Lacan nos conduz nessa angústia, nominação real
passagem de uma geometria euclidiana a uma geometria
não euclidiana. Estamos aqui diante do nó de nossa questão. 85
Lacan articula angústia, desejo e objeto nesse mesmo nó.
Qual é então a novidade que ele nos apresenta, já que havia
falado disso nos seminários anteriores?
A novidade que nos apresenta é justamente a de
tomar esses conceitos considerando as três dimensões do
espaço e depois fazer sua apresentação em duas dimensões
no plano. É justamente isso o que permite um enodamento
diferente no mis a plat dos invariantes topológicos. São
as conectividades que se apresentam a partir dessa outra
dimensão que nos permitirão situar o lugar da angústia.
Ora, aprendemos a ler com Lacan que a angústia
é a tradução subjetiva do objeto a (LACAN, 2005, p. 113).
Não faço mais do que nomear o objeto da angústia, já imerso
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 79-85, 2015