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angústia, nominação realO topos da angústia
sentido, não se trata de um modelo. Poderíamos, a partir
dessas geometrias, dizer que o real é topológico.
De qualquer maneira, é no Seminário sobre a
Angústia que podemos ver os efeitos dessa modificação
teórica de Lacan lidos a partir de um viés mais clínico, por
assim dizer.
Do ponto de vista da clínica psicanalítica, a
questão da localização da angústia se mostra fecunda por
entrelaçar pontos cruciais para a direção da cura.
O manejo da angústia na análise torna possível
fazer surgir na dimensão do desejo, tão oculta para o
sujeito, algo que no desejo faz ato.
Se, para termos acesso a essa dimensão do
desejo, é preciso passar pela angústia, há um limite do
que o sujeito pode suportar dessa angústia para fazer as
modificações subjetivas que lhe são imprescindíveis sem
recair numa paralisação que o acossa muitas vezes.
A responsabilidade do analista nesse processo,
a partir da perspectiva da questão do desejo do analista, já
que a sua intervenção na transferência – e justamente nesse
ponto de angústia – é o que permite ao sujeito modificar a
via que o endereça a uma travessia.
A relação do sujeito com o objeto-causa do seu
desejo se articula nessa conjunção/disjunção da fórmula
do fantasma: (S<>a) enquanto que subordinada à função
desse Outro justamente privado desse traço que constitui
o segredo mesmo da constituição do sujeito. O sujeito é
90 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 79-85, 2015
sentido, não se trata de um modelo. Poderíamos, a partir
dessas geometrias, dizer que o real é topológico.
De qualquer maneira, é no Seminário sobre a
Angústia que podemos ver os efeitos dessa modificação
teórica de Lacan lidos a partir de um viés mais clínico, por
assim dizer.
Do ponto de vista da clínica psicanalítica, a
questão da localização da angústia se mostra fecunda por
entrelaçar pontos cruciais para a direção da cura.
O manejo da angústia na análise torna possível
fazer surgir na dimensão do desejo, tão oculta para o
sujeito, algo que no desejo faz ato.
Se, para termos acesso a essa dimensão do
desejo, é preciso passar pela angústia, há um limite do
que o sujeito pode suportar dessa angústia para fazer as
modificações subjetivas que lhe são imprescindíveis sem
recair numa paralisação que o acossa muitas vezes.
A responsabilidade do analista nesse processo,
a partir da perspectiva da questão do desejo do analista, já
que a sua intervenção na transferência – e justamente nesse
ponto de angústia – é o que permite ao sujeito modificar a
via que o endereça a uma travessia.
A relação do sujeito com o objeto-causa do seu
desejo se articula nessa conjunção/disjunção da fórmula
do fantasma: (S<>a) enquanto que subordinada à função
desse Outro justamente privado desse traço que constitui
o segredo mesmo da constituição do sujeito. O sujeito é
90 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 79-85, 2015