Page 102 - revista_ato (1)
P. 102
angústia, nominação realAngústia, nominação real
Lacan aborda a angústia pela Unheimlichkeit.
“A Unheimlichkeit é aquilo que aparece no lugar em que
deveria estar o menos phi” (LACAN, 2005, p.51). Quando
aparece algo ali, portanto, é porque a falta vem a faltar.
Lacan diz, também, que a angústia é aquilo que está fora
de dúvida. Não é a dúvida, mas sua causa. É um corte a
se abrir, deixando aparecer o inesperado, a visita, a notícia
(heimlich/unheimlich). Esse lugar designado como - φ,
Lacan passa a chamá-lo agora Heim. Essa palavra, nos
diz ele, é a casa do homem. “O homem encontra sua casa
num ponto situado no Outro para além da imagem de que
somos feitos” (LACAN, 2005, p.58). Esse lugar representa
a ausência em que estamos. Se ele se revela como é, nos faz
aparecer como objeto.
Lacan fala de duas faltas: a falta no simbólico,
ligada à castração, ponto em que Freud aborda o final
de análise; e a falta no real, em que o sujeito se defronta
com a perda de seu ser. Esta falta no real não se esgota
na castração. Lacan apresenta então o esquema da divisão,
onde se inscreve o lugar do real.
A S
a A
S
Num primeiro tempo, temos o sujeito e o Outro
míticos, anteriores à divisão feita pela barra que cairá sobre
102 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 97-109, 2015
Lacan aborda a angústia pela Unheimlichkeit.
“A Unheimlichkeit é aquilo que aparece no lugar em que
deveria estar o menos phi” (LACAN, 2005, p.51). Quando
aparece algo ali, portanto, é porque a falta vem a faltar.
Lacan diz, também, que a angústia é aquilo que está fora
de dúvida. Não é a dúvida, mas sua causa. É um corte a
se abrir, deixando aparecer o inesperado, a visita, a notícia
(heimlich/unheimlich). Esse lugar designado como - φ,
Lacan passa a chamá-lo agora Heim. Essa palavra, nos
diz ele, é a casa do homem. “O homem encontra sua casa
num ponto situado no Outro para além da imagem de que
somos feitos” (LACAN, 2005, p.58). Esse lugar representa
a ausência em que estamos. Se ele se revela como é, nos faz
aparecer como objeto.
Lacan fala de duas faltas: a falta no simbólico,
ligada à castração, ponto em que Freud aborda o final
de análise; e a falta no real, em que o sujeito se defronta
com a perda de seu ser. Esta falta no real não se esgota
na castração. Lacan apresenta então o esquema da divisão,
onde se inscreve o lugar do real.
A S
a A
S
Num primeiro tempo, temos o sujeito e o Outro
míticos, anteriores à divisão feita pela barra que cairá sobre
102 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 97-109, 2015