Page 103 - Revista Ato_Ano_2_n_1
P. 103
Por um triz Revista da ATO – escola de psicanálise | Belo Horizonte | Inibição, sintoma, angústia: função de nominação | Ano II n. 1 | 2016

Maria Luiza Bassi1

“Vivo no quase, no nunca e no sempre. Quase,
quase - e por um triz escapo.”

Clarice Lispector

Sumário: Pretendemos, a partir desse trabalho,
pensar o nó borromeano como uma possiblidade
lógica de operação clínica. A direção da cura seria
fazer com que esse nó seja borromeano a partir da
função do três do real, terceiro anel passando pelo
buraco próprio da estrutura. O desejo do analista,
enquanto função, mantém em tensão o lugar vazio
do a, sustentando uma superfície discursiva pela
qual o corte será operado a partir do buraco, do furo
próprio da estrutura, desenodando e enodando,
amarrando e fazendo nó.

Palavras-chave: operação clínica – nó
borromeano - consistência – furo – ex-sistência

Já no final de seu percurso clínico e teórico,
Freud escreve um texto intrigante: Análise terminável e
interminável, 1937. A impressão que fica é de um balanço,

1 Psicanalísta. Membro da ATO - escola de psicanálise.

103
   98   99   100   101   102   103   104   105   106   107   108