Page 100 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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Função de nominaçãoNominação e o Nome-do-Pai
faz com que na separação entre o que funda um grupo e o
que nomeia o passe traga a possibilidade de mudanças nas
relações dos analistas com a psicanálise.
Solal Rabinovich (2000), em Nominação e
passe, nos diz que seria preciso fabricar um grupo sem
fundadores na antecipação possível de uma escola, para
não ocorrer os mesmos riscos da escola de Lacan. O
lugar vazio da fundação deve estar demarcado por nomes
próprios, mas somente enquanto sustentam escritos em
comum. Impõe-se, então, outro uso do pai senão aquele de
dar nome. Longe de que um nome próprio faça exceção,
longe de que ele sustente a exceção, é de um nome plural
que ele poderá ex-sistir “da” escola.
Por isso, a importância na fundação da Ato
escola de psicanálise, a queda das letras GREP, como vocês
disseram, são letras desconexas. É preciso estar para além
das identificações e das significações que o grupo encarna.
O que resta são traços aos quais essas letras se reduzem.
Podemos pensar que, fazendo outra escritura, é possível
um saber que faça escola e que possa ser transmitido.
A questão do passe e da nominação para um
grupo depende da maneira como ele trata a questão do pai.
Sendo assim, o passe e o desfalecimento do
Nome-do-Pai colocam em evidência as consistências do
nó que se desamarram. Lacan propõe na Nota Italiana
que não há escola sem buraco. Seria, então, a nominação a
possibilidade de fazer buraco no grupo?
100 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 95-102, 2016
faz com que na separação entre o que funda um grupo e o
que nomeia o passe traga a possibilidade de mudanças nas
relações dos analistas com a psicanálise.
Solal Rabinovich (2000), em Nominação e
passe, nos diz que seria preciso fabricar um grupo sem
fundadores na antecipação possível de uma escola, para
não ocorrer os mesmos riscos da escola de Lacan. O
lugar vazio da fundação deve estar demarcado por nomes
próprios, mas somente enquanto sustentam escritos em
comum. Impõe-se, então, outro uso do pai senão aquele de
dar nome. Longe de que um nome próprio faça exceção,
longe de que ele sustente a exceção, é de um nome plural
que ele poderá ex-sistir “da” escola.
Por isso, a importância na fundação da Ato
escola de psicanálise, a queda das letras GREP, como vocês
disseram, são letras desconexas. É preciso estar para além
das identificações e das significações que o grupo encarna.
O que resta são traços aos quais essas letras se reduzem.
Podemos pensar que, fazendo outra escritura, é possível
um saber que faça escola e que possa ser transmitido.
A questão do passe e da nominação para um
grupo depende da maneira como ele trata a questão do pai.
Sendo assim, o passe e o desfalecimento do
Nome-do-Pai colocam em evidência as consistências do
nó que se desamarram. Lacan propõe na Nota Italiana
que não há escola sem buraco. Seria, então, a nominação a
possibilidade de fazer buraco no grupo?
100 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 95-102, 2016

