Page 96 - Revista Ato_Ano_2_n_1
P. 96
Função de nominaçãoNominação e o Nome-do-Pai
ganizador na economia psíquica do sujeito. Encontramos
vários momentos em que a questão sobre o pai é formali-
zada: do pai edipiano da tragédia ao complexo de totem e
tabu; do pai primordial imaginário ao pai morto, que ins-
taura o simbólico; do pai como lei ao pai do sintoma na
escrita em Moisés.
Lacan extrai dessas formulações freudianas a
articulação do Pai Imaginário, Pai Simbólico e Pai Real. O
pai da horda aparece como o pai imaginário, um pai que cria
a lei, mas paradoxalmente faz exceção a ela. O pai morto se
converte em pai simbólico, um pai que introduz os filhos
no campo da lei, conduzindo-os a encontrar seu próprio
lugar no núcleo familiar. E as limitações, marcadas pela
contingência, trazem o pai real como castração. A função
paterna surge como um organizador da pulsão, como uma
necessidade lógica.
Lacan, então, circunscreve o complexo de Édipo
na metáfora paterna, em que a inscrição do Nome-do-Pai
vem nomear o desejo da mãe. É por meio da palavra que
surge o sujeito, e este só vai advir quando houver a entrada
do primeiro significante, que é o Nome-do-Pai. Ele é o
significante mestre que vai barrar o desejo da mãe pela
criança e vai substituir essa falta, a hiância deixada em
ambos. Como ele entra num lugar de substituição, vai ser
também chamado de metáfora paterna.
A função paterna abre a via de uma nova
significação para presença e ausência da mãe, introduzindo-
96 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 95-102, 2016
ganizador na economia psíquica do sujeito. Encontramos
vários momentos em que a questão sobre o pai é formali-
zada: do pai edipiano da tragédia ao complexo de totem e
tabu; do pai primordial imaginário ao pai morto, que ins-
taura o simbólico; do pai como lei ao pai do sintoma na
escrita em Moisés.
Lacan extrai dessas formulações freudianas a
articulação do Pai Imaginário, Pai Simbólico e Pai Real. O
pai da horda aparece como o pai imaginário, um pai que cria
a lei, mas paradoxalmente faz exceção a ela. O pai morto se
converte em pai simbólico, um pai que introduz os filhos
no campo da lei, conduzindo-os a encontrar seu próprio
lugar no núcleo familiar. E as limitações, marcadas pela
contingência, trazem o pai real como castração. A função
paterna surge como um organizador da pulsão, como uma
necessidade lógica.
Lacan, então, circunscreve o complexo de Édipo
na metáfora paterna, em que a inscrição do Nome-do-Pai
vem nomear o desejo da mãe. É por meio da palavra que
surge o sujeito, e este só vai advir quando houver a entrada
do primeiro significante, que é o Nome-do-Pai. Ele é o
significante mestre que vai barrar o desejo da mãe pela
criança e vai substituir essa falta, a hiância deixada em
ambos. Como ele entra num lugar de substituição, vai ser
também chamado de metáfora paterna.
A função paterna abre a via de uma nova
significação para presença e ausência da mãe, introduzindo-
96 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 95-102, 2016