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Função de nominaçãoPor um triz

“Em toda cadeia borromeana têm aí o um e o dois, após o
que haverá aqui um terceiro círculo que fará anel” (LACAN,
1974/75, p. 69).

O desejo do analista, enquanto função, mantém
em tensão o lugar vazio do a, sustentando uma superfície
discursiva pela qual o corte será operado a partir do buraco,
do furo próprio da estrutura, desenodando e enodando,
amarrando e fazendo nó.

Lacan, ainda na lição de 11/02/1975, diz da
exigência de fazer um nó, não com três mas com quatro
e nos apresenta a figura de um quarto toro que teria a
função de manter juntas essas três consistências – RSI –
demonstrando que ao enodá-las fica suposto que elas são
desatáveis. Esse +1 que enoda as três consistências seria
para Freud a realidade psíquica advinda do Complexo de
Édipo. Sendo assim, não se trata de desfazer do Complexo
de Édipo mas fazer uso dele para ir além, a partir de novas
formas de enodamento, quando o Real se sobrepõe ao
Simbólico, realizando assim o nó borromeano.

Abstract: With the present work we intend to
think of the borromean knot as a logical possibility
for clinical operation. The cure direction would
be to make a knot borromean from the function
of the “três do real”, third ring passing through
the hole that belongs to the structure itself . The
analyst desire, as a function, keeps in tension the
empty space of “a”, sustaining a discursive surface

108 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 103-109, 2016
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