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Sergio Becker Função de nominação

e insiste na condição (Bedingung) da diferenciação
(Entscheidung).

Freud orienta-nos na economia que permite
enodar o falo (real, simbólico e imaginário) e a castração.
Com a primazia do falo ele traz a sexualidade para
a dimensão do discurso como sexuação. Parte-se da
sexualidade infantil para, na construção em análise da
organização genital, pensarmos o falo como letra ao menos
uma vez na operação analítica:

“A criança permanece daí em diante enlaçada
aos pais, mas com pulsões que devem ser chamadas de
“alvo inibido” (»ziel­gehemmte«) (FREUD, p.91).”

O nó se lança a escrever no lugar “em que o falo
assume na ocasião função significante, função de objeto
perdido” (LACAN, 2007, pg.52). Elemento causal, o objeto
a está no mesmo lugar onde se revela essa singular ausência
fálica, centro da experiência psicanalítica, a castração.
Um ato analítico decidido engendra o acontecimento que
é justamente a separação do objeto como letra. O falo é
o significante suporte dessa escrita da falta que permite
marcar o objeto perdido no lugar da causa de desejo. Algo
do real se escreve no discurso do analista e um nó feito dessa
escrita se ata. Nesta temporalidade singular entre falo e
objeto perdido, o enodamento inibição, sintoma e angústia
é possível com R.S.I. Assim, temos o nó da intensão feito
no giro do discurso que cria o lugar do analisante. Traz

Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 111-119, 2016 113
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