Page 114 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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Função de nominaçãoNó e letra
consigo ISR, o discurso da matemática, e não é sem ele
que Freud escreve.
O discurso do analista introduz e suporta a lógica
da sexuação, pois, para o sujeito “a sexualidade assume
uma vez, uma única vez, a função da verdade. Depois de
assumida ela a preserva” (LACAN, 2007, pg.52). O que
está ao alcance é que a sexualidade faz furo no saber.
Os paradoxos do gozo apresentados por Freud
indicam o traçado fundamental do nó. Freud, ao perseguir o
enodamento, coloca à prova a inacessibilidade do dois com
o complexo de Édipo e a psicologia do amor, mostrando a
necessidade de três.
Essa amarração a três, quando um não é sem o
outro e que só se desfaz se ao menos um desata, sustenta-
se nesse tecido de vazio que é o nó. Com o nó, Lacan
implica o analista na posição que lhe confere a estrutura:
semblante do objeto a.
“O nó borromeano pode ser escrito, pois, ele é
uma escritura. Uma escritura que suporta um real. Não há
outra ideia sensível do real” (LACAN, p.8).
A inibição é um mínimo de amarração. Freud
insistiu em estruturar o inconsciente como linguagem para
a constituição do sujeito. Inibição é a própria condição da
fala, efeito da falta de representante do sexo feminino e a
morte, que abre a via da representação. A pulsão é inibida
em seu alvo, pois, aponta em seu circuito ao menos um
significante da falta. Constitutiva da cunhagem do real, é
114 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 111-119, 2016
consigo ISR, o discurso da matemática, e não é sem ele
que Freud escreve.
O discurso do analista introduz e suporta a lógica
da sexuação, pois, para o sujeito “a sexualidade assume
uma vez, uma única vez, a função da verdade. Depois de
assumida ela a preserva” (LACAN, 2007, pg.52). O que
está ao alcance é que a sexualidade faz furo no saber.
Os paradoxos do gozo apresentados por Freud
indicam o traçado fundamental do nó. Freud, ao perseguir o
enodamento, coloca à prova a inacessibilidade do dois com
o complexo de Édipo e a psicologia do amor, mostrando a
necessidade de três.
Essa amarração a três, quando um não é sem o
outro e que só se desfaz se ao menos um desata, sustenta-
se nesse tecido de vazio que é o nó. Com o nó, Lacan
implica o analista na posição que lhe confere a estrutura:
semblante do objeto a.
“O nó borromeano pode ser escrito, pois, ele é
uma escritura. Uma escritura que suporta um real. Não há
outra ideia sensível do real” (LACAN, p.8).
A inibição é um mínimo de amarração. Freud
insistiu em estruturar o inconsciente como linguagem para
a constituição do sujeito. Inibição é a própria condição da
fala, efeito da falta de representante do sexo feminino e a
morte, que abre a via da representação. A pulsão é inibida
em seu alvo, pois, aponta em seu circuito ao menos um
significante da falta. Constitutiva da cunhagem do real, é
114 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 111-119, 2016