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Maria Isabel Cunha Pimentaangústia, nominação real
A angústia é diferente dessa dinâmica no tanto
em que, para Lacan, não é para o bebê a falta do seio que a
causa, mas o receio de que ele o invada. É a possibilidade
de ausência que preserva, para a criança, um além de sua
demanda, constituindo assim um campo da necessidade
radicalmente afastado do campo do desejo. O encontro,
a obturação, que personificam a invasão do Outro, é que
causam a angústia.
A angústia é, pois, para Lacan a tentação, não da
perda do objeto, mas da presença daquilo que aos objetos
não falta. Para ele, a angústia caracteriza-se por aquilo que
não engana, é o pressentimento, o que está fora de dúvida.
A angústia é a assustadora certeza. Não é a dúvida, mas a
causa da dúvida.
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 59-67, 2015 65
A angústia é diferente dessa dinâmica no tanto
em que, para Lacan, não é para o bebê a falta do seio que a
causa, mas o receio de que ele o invada. É a possibilidade
de ausência que preserva, para a criança, um além de sua
demanda, constituindo assim um campo da necessidade
radicalmente afastado do campo do desejo. O encontro,
a obturação, que personificam a invasão do Outro, é que
causam a angústia.
A angústia é, pois, para Lacan a tentação, não da
perda do objeto, mas da presença daquilo que aos objetos
não falta. Para ele, a angústia caracteriza-se por aquilo que
não engana, é o pressentimento, o que está fora de dúvida.
A angústia é a assustadora certeza. Não é a dúvida, mas a
causa da dúvida.
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 59-67, 2015 65