Page 126 - Revista ATO Ano 4 N 4
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A economia pulsional, o gozo e sua lógicaA clínica com a criança
Essas características norteiam o diagnóstico psicopatoló-
gico. Muitas vezes, esse diagnóstico passa a determinar
quem o recebe, fixando aí uma identificação ao sintoma e
ao déficit.
Em psicanálise, por outro lado, o diagnóstico tem, desde
Freud, a função de direção do tratamento, se construindo
paulatinamente. Ele não se baseia no déficit, mas sim na
relação do sujeito diante da castração. Esse diagnóstico só
se faz no tratamento do “um-a-um”, na particularidade da
transferência.
Pensando a clínica com a criança, temos um elemento a
mais para adentrar nesta equação: a estrutura ainda está
sendo constituída, ou seja, é uma estrutura “não-decidida”.
Como podemos pensar a diferença entre
autismo e psicose infantil?
O termo autismo foi usado originalmente por Bleuler, em
1911, como um dos sintomas da esquizofrenia no adulto.
Autismo caracterizava uma perda no contato do sujeito
com a realidade e a criação de um mundo próprio de pen-
samentos fantasiosos. Dessa forma, o termo autismo sur-
ge, não enquanto denominação de uma patologia, mas sim,
um sintoma secundário da esquizofrenia, ou seja, como
sinal fenomenológico. Somente mais tarde é que o termo
passará a ser a denominação de uma patologia própria.
126 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 121-137, 2018
Essas características norteiam o diagnóstico psicopatoló-
gico. Muitas vezes, esse diagnóstico passa a determinar
quem o recebe, fixando aí uma identificação ao sintoma e
ao déficit.
Em psicanálise, por outro lado, o diagnóstico tem, desde
Freud, a função de direção do tratamento, se construindo
paulatinamente. Ele não se baseia no déficit, mas sim na
relação do sujeito diante da castração. Esse diagnóstico só
se faz no tratamento do “um-a-um”, na particularidade da
transferência.
Pensando a clínica com a criança, temos um elemento a
mais para adentrar nesta equação: a estrutura ainda está
sendo constituída, ou seja, é uma estrutura “não-decidida”.
Como podemos pensar a diferença entre
autismo e psicose infantil?
O termo autismo foi usado originalmente por Bleuler, em
1911, como um dos sintomas da esquizofrenia no adulto.
Autismo caracterizava uma perda no contato do sujeito
com a realidade e a criação de um mundo próprio de pen-
samentos fantasiosos. Dessa forma, o termo autismo sur-
ge, não enquanto denominação de uma patologia, mas sim,
um sintoma secundário da esquizofrenia, ou seja, como
sinal fenomenológico. Somente mais tarde é que o termo
passará a ser a denominação de uma patologia própria.
126 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 121-137, 2018