Page 76 - Revista Ato_Ano_2_n_1
P. 76
Função de nominaçãoProcura-se um nome
nome para nomear o gozo, ficando um resto encarnado nos
objetos do corpo, objeto a, apontando uma precariedade da
estrutura.
Liliana Cazenave, em seu estudo sobre a
nominação, ressalta que Lacan localiza o pai que faz a função
de nominação no significante Um, marca significante
investida de um gozo particular. Faz uma referência desse
S1, inscrito no real, com o que Freud chamou de fixação;
trata-se do Um disjunto do conjunto do Outro, exceção que
o descompleta, pois está no nível do S(A). Ali se realiza a
captura de um gozo intraduzível, a junção entre o sentido
e o real.
O estudo do uso do nome próprio permitiu a
Lacan precisar a função de nominação. O nome próprio
não significa, só refere. Faz aparecer um furo no sentido,
o não-senso, já que a referência de um nome não está
dada pelos traços que o singularizam, nem pelas suas
propriedades identificatórias.
De qual nome a analisante fala e o que procura?
Ela fala em nome de seu sintoma e procura um significante
pleno. Mas, se é a falta a condição de inscrição para todo
ser de linguagem e se insere até mesmo no nome do
pai que sempre fracassa, há que se atravessar a ficção
de sobreviver apenas por um nome recebido do Outro
e ir além. Em torno do furo, o analista trabalha visando
à redução de sentido em direção à verdade do sujeito,
76 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 71-78, 2016
nome para nomear o gozo, ficando um resto encarnado nos
objetos do corpo, objeto a, apontando uma precariedade da
estrutura.
Liliana Cazenave, em seu estudo sobre a
nominação, ressalta que Lacan localiza o pai que faz a função
de nominação no significante Um, marca significante
investida de um gozo particular. Faz uma referência desse
S1, inscrito no real, com o que Freud chamou de fixação;
trata-se do Um disjunto do conjunto do Outro, exceção que
o descompleta, pois está no nível do S(A). Ali se realiza a
captura de um gozo intraduzível, a junção entre o sentido
e o real.
O estudo do uso do nome próprio permitiu a
Lacan precisar a função de nominação. O nome próprio
não significa, só refere. Faz aparecer um furo no sentido,
o não-senso, já que a referência de um nome não está
dada pelos traços que o singularizam, nem pelas suas
propriedades identificatórias.
De qual nome a analisante fala e o que procura?
Ela fala em nome de seu sintoma e procura um significante
pleno. Mas, se é a falta a condição de inscrição para todo
ser de linguagem e se insere até mesmo no nome do
pai que sempre fracassa, há que se atravessar a ficção
de sobreviver apenas por um nome recebido do Outro
e ir além. Em torno do furo, o analista trabalha visando
à redução de sentido em direção à verdade do sujeito,
76 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 71-78, 2016