Page 74 - Revista Ato_Ano_2_n_1
P. 74
Função de nominaçãoProcura-se um nome
traço aponta para uma falta nesse desencontro inaugural
que constitui o sujeito, o que vai ser desenvolvido por
Lacan, no seminário 10, (1962/63) em torno do objeto a.
Com relação à constituição do sujeito, no
seminário da identificação, Lacan se interroga o que há
nesse ponto radical e arcaico na origem do inconsciente,
que faz com que o sujeito se aproprie de sua fala, mas
elide algo que não pode saber. O sujeito fala sem saber
de que nome. O nome próprio não é um significante
que representa o sujeito, mas índice do que há nele de
impensável, de estranho e sinistro, daquilo que é dele, mas
não passa pelo significante.
No seminário 11 (1964), nos capítulos que tratam
da alienação e da separação, Lacan fala que ao mesmo tempo
em que o sujeito se constitui por um lado, ele “morre” por
outro. Traz a falta para o campo do sujeito e do Outro. A
falta tem uma dupla inscrição. Por um lado ela advém do
sujeito só poder se constituir num significante originário
do Outro. Demarcado pela operação de alienação, o sujeito
fica reduzido a uma falta de significante; o sujeito desejante
se constitui pelo recalcamento originário, pela queda do
significante primordial, S1, reduzido a puro não-senso.
Lacan reconhece aí o ponto de falha onde se dá a formação do
inconsciente. O outro ponto de falha, intrínseco à operação
de separação, decorre da perda do objeto primordial e a
entrada no universo da linguagem. Assim sendo, não há
74 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 71-78, 2016
traço aponta para uma falta nesse desencontro inaugural
que constitui o sujeito, o que vai ser desenvolvido por
Lacan, no seminário 10, (1962/63) em torno do objeto a.
Com relação à constituição do sujeito, no
seminário da identificação, Lacan se interroga o que há
nesse ponto radical e arcaico na origem do inconsciente,
que faz com que o sujeito se aproprie de sua fala, mas
elide algo que não pode saber. O sujeito fala sem saber
de que nome. O nome próprio não é um significante
que representa o sujeito, mas índice do que há nele de
impensável, de estranho e sinistro, daquilo que é dele, mas
não passa pelo significante.
No seminário 11 (1964), nos capítulos que tratam
da alienação e da separação, Lacan fala que ao mesmo tempo
em que o sujeito se constitui por um lado, ele “morre” por
outro. Traz a falta para o campo do sujeito e do Outro. A
falta tem uma dupla inscrição. Por um lado ela advém do
sujeito só poder se constituir num significante originário
do Outro. Demarcado pela operação de alienação, o sujeito
fica reduzido a uma falta de significante; o sujeito desejante
se constitui pelo recalcamento originário, pela queda do
significante primordial, S1, reduzido a puro não-senso.
Lacan reconhece aí o ponto de falha onde se dá a formação do
inconsciente. O outro ponto de falha, intrínseco à operação
de separação, decorre da perda do objeto primordial e a
entrada no universo da linguagem. Assim sendo, não há
74 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 71-78, 2016