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angústia, nominação realMomento de concluir
tenta proteger o sujeito do susto, significante que introduz
a dimensão do puro real.
“Os sintomas são derivados do recalcado, são,
por assim dizer, seus representantes perante o eu” (FREUD,
v. XII, 1996, p.63), um adoecimento que diz de um conflito
entre as exigências da vida pulsional e a resistência que se
ergue dentro dele contra esta.
E “o eu pode tomar-se a si próprio como objeto,
pode tratar-se como trata outros objetos, pode observar-
se, criticar-se, sabe-se lá o que pode fazer consigo mesmo”
(FREUD, v. XXII, 1996, p.64), pois há algo pré-determinado
pela estrutura.
Em “Além do Princípio do Prazer”, Freud
continua a sugerir que há algo derivado da natureza mais
íntima da pulsão e a declara ser suficientemente poderosa
por desprezar o princípio do prazer.
Existe realmente na mente uma compulsão à re-
petição que sobrepuja o princípio do prazer, exemplificado
pelo jogo do fort-da, pois senão, como essa experiência, ou
melhor, como a repetição dessa experiência aflitiva, enquan-
to jogo, poderia harmonizar-se com o princípio do prazer?
Na transição, passagem do automático involun-
tário para a reprodução intencional da angústia como sinal,
o perigo diz de algo pulsional, enquanto tentativa de pura
descarga, e isso exige um movimento de corte, parada para
nova ligação do sujeito a fim de que, tocado pela experi-
ência, possa passar por uma retificação, ou seja, que não é
possível que ele se dirija por uma demanda.
56 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 51-58, 2015
tenta proteger o sujeito do susto, significante que introduz
a dimensão do puro real.
“Os sintomas são derivados do recalcado, são,
por assim dizer, seus representantes perante o eu” (FREUD,
v. XII, 1996, p.63), um adoecimento que diz de um conflito
entre as exigências da vida pulsional e a resistência que se
ergue dentro dele contra esta.
E “o eu pode tomar-se a si próprio como objeto,
pode tratar-se como trata outros objetos, pode observar-
se, criticar-se, sabe-se lá o que pode fazer consigo mesmo”
(FREUD, v. XXII, 1996, p.64), pois há algo pré-determinado
pela estrutura.
Em “Além do Princípio do Prazer”, Freud
continua a sugerir que há algo derivado da natureza mais
íntima da pulsão e a declara ser suficientemente poderosa
por desprezar o princípio do prazer.
Existe realmente na mente uma compulsão à re-
petição que sobrepuja o princípio do prazer, exemplificado
pelo jogo do fort-da, pois senão, como essa experiência, ou
melhor, como a repetição dessa experiência aflitiva, enquan-
to jogo, poderia harmonizar-se com o princípio do prazer?
Na transição, passagem do automático involun-
tário para a reprodução intencional da angústia como sinal,
o perigo diz de algo pulsional, enquanto tentativa de pura
descarga, e isso exige um movimento de corte, parada para
nova ligação do sujeito a fim de que, tocado pela experi-
ência, possa passar por uma retificação, ou seja, que não é
possível que ele se dirija por uma demanda.
56 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 51-58, 2015