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angústia, nominação realMomento de concluir
Angústia em presença do objeto, porque fica à
mercê dos caprichos do objeto amado, o que nos abre para
o campo do desejo.
Acrescenta Freud, então, que o ponto que nos
permite um enquadre melhor sobre a questão seria porque
não se trata apenas da perda de objeto, pois o desejo pelo
objeto amado se dá na dimensão, daquela que cuida e que
satisfaz todas as suas necessidades. E a situação de perigo,
contra o qual deseja ser protegido, é a de não satisfação de
uma crescente tensão devido à necessidade contra a qual o
sujeito é inerme.
Lacan, utilizando-se da estrutura proposta
por Freud, ao suprimir a ideia de perigo interno, uma
vez que topologicamente o aparelho psíquico é uma
superfície única, vem a dizer que “aquilo que se interpõe
entre a percepção e a consciência, situa-se numa outra
dimensão, como Outro enquanto lugar do significante”. Por
conseguinte, ele introduz a “angústia como a manifestação
específica do desejo do Outro” (LACAN, 2005, p.169).
Não se trata de uma definição simples e precisa,
pois há algo que se acende no nível do eu, um desejo, uma
demanda que não concerne a necessidade alguma, mas
que me questiona, diz Lacan, solicita minha perda, para
que o Outro se encontre aí; assim, “isso é que é a angustia”
(LACAN, 2005, p.169).
Nesse aprisionamento, considerada a dimensão
de uma análise o sujeito pode questionar e engajar-se, pois
54 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 51-58, 2015
Angústia em presença do objeto, porque fica à
mercê dos caprichos do objeto amado, o que nos abre para
o campo do desejo.
Acrescenta Freud, então, que o ponto que nos
permite um enquadre melhor sobre a questão seria porque
não se trata apenas da perda de objeto, pois o desejo pelo
objeto amado se dá na dimensão, daquela que cuida e que
satisfaz todas as suas necessidades. E a situação de perigo,
contra o qual deseja ser protegido, é a de não satisfação de
uma crescente tensão devido à necessidade contra a qual o
sujeito é inerme.
Lacan, utilizando-se da estrutura proposta
por Freud, ao suprimir a ideia de perigo interno, uma
vez que topologicamente o aparelho psíquico é uma
superfície única, vem a dizer que “aquilo que se interpõe
entre a percepção e a consciência, situa-se numa outra
dimensão, como Outro enquanto lugar do significante”. Por
conseguinte, ele introduz a “angústia como a manifestação
específica do desejo do Outro” (LACAN, 2005, p.169).
Não se trata de uma definição simples e precisa,
pois há algo que se acende no nível do eu, um desejo, uma
demanda que não concerne a necessidade alguma, mas
que me questiona, diz Lacan, solicita minha perda, para
que o Outro se encontre aí; assim, “isso é que é a angustia”
(LACAN, 2005, p.169).
Nesse aprisionamento, considerada a dimensão
de uma análise o sujeito pode questionar e engajar-se, pois
54 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 51-58, 2015