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efeitos da transmissãoA conversação nas escolas e o desejo do analista
notar que esses jovens, muitas vezes, são etiquetados
de agressivos, hiperativos, indisciplinados, briguentos,
dentre outras nomeações. O que não é sem consequências,
pois tais rótulos, muitas vezes, os engessam nesse lugar
de identificação oferecido pelo Outro escolar. Nesse
contexto, o analista que conduz a Conversação geralmente
é chamado a responder com soluções práticas para
situações que, por estarem fora da norma, geram o mal-
estar na instituição escolar.
Consentir com as contingências e com o não
saber nas Conversações não é uma prática sem dificuldades
para todos que se veem envolvidos com os impasses que
emergem nesse espaço e que nos colocam inevitavelmente
frente ao real. São momentos que apontam para um
possível sucesso a ser verificado a posteriori, ocasião de
uma saída inédita daqueles que participam da Conversação.
Momentos que provocam angústias, ansiedades frente
ao “(não) saber fazer”. De acordo com Reis (2013), ao
depararmos com o furo – marca do sujeito que precisa “ser
respeitado no que apresenta como questão” (REIS, 2013,
p.34) –, podemos trilhar uma via que vai na contramão dos
discursos que oferecem respostas para tamponar esse furo.
Respostas que buscam no discurso da ciência um certo
apaziguamento com tentativas frustradas de tamponar
o furo, o real, o ineducável de cada um. De cada um dos
professores que, diante da angústia que lhes assola, muitas
vezes não sabe como se posicionar diante do furo.
194 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 191-200, 2015
notar que esses jovens, muitas vezes, são etiquetados
de agressivos, hiperativos, indisciplinados, briguentos,
dentre outras nomeações. O que não é sem consequências,
pois tais rótulos, muitas vezes, os engessam nesse lugar
de identificação oferecido pelo Outro escolar. Nesse
contexto, o analista que conduz a Conversação geralmente
é chamado a responder com soluções práticas para
situações que, por estarem fora da norma, geram o mal-
estar na instituição escolar.
Consentir com as contingências e com o não
saber nas Conversações não é uma prática sem dificuldades
para todos que se veem envolvidos com os impasses que
emergem nesse espaço e que nos colocam inevitavelmente
frente ao real. São momentos que apontam para um
possível sucesso a ser verificado a posteriori, ocasião de
uma saída inédita daqueles que participam da Conversação.
Momentos que provocam angústias, ansiedades frente
ao “(não) saber fazer”. De acordo com Reis (2013), ao
depararmos com o furo – marca do sujeito que precisa “ser
respeitado no que apresenta como questão” (REIS, 2013,
p.34) –, podemos trilhar uma via que vai na contramão dos
discursos que oferecem respostas para tamponar esse furo.
Respostas que buscam no discurso da ciência um certo
apaziguamento com tentativas frustradas de tamponar
o furo, o real, o ineducável de cada um. De cada um dos
professores que, diante da angústia que lhes assola, muitas
vezes não sabe como se posicionar diante do furo.
194 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 191-200, 2015