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Ivan Vìtová Junqueira efeitos da transmissão
lugar mais digno no Outro social e alguma independência
da família. Enfim, é uma tentativa de amarrar sua vida de
outra maneira, mudar de letra de gozo, de sinthoma (S1a).
Quanto ao “homemdacasa”, as intervenções do analista
vão no sentido de tentar preservar esse nome bem como
a identificação à profissão. Intervenções que procuram
moderar o gozo persecutório e erotomaníaco sem a
necessidade de uma substância opioide, através de uma
presença que testemunha e secretaria o sujeito.
Podemos agora retornar à questão que deixamos
pendente: “As adicções se devem a uma substância ou ao
sujeito em questão?” A resposta de Naparstek, que no
nosso entender a situação da “turma do boi” ilustra bem,
é a seguinte:
O tóxico não está nem na substância, nem no sujeito, mas
no sintoma. Um sintoma que amarra o sujeito de maneira
singular e aditiva. Acrescentando que o sintoma mostra
a céu aberto sua toxicidade quando está separado dos
sentidos”(NAPARSTEK, 2011, p.10).
Poderíamos, para terminar, esclarecer que
no caso de nossos sujeitos, que apresentam sintomas
separados dos sentidos, ou seja, separados de um S2, a
direção do tratamento não iria mais na construção de um
outro sintoma sem sentido (letra de gozo) porém menos
tóxico, que fixa o gozo (identificação ao sinthoma), ao invés
da construção de um sentido para o sintoma de cada um?
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 179-189, 2015 187
lugar mais digno no Outro social e alguma independência
da família. Enfim, é uma tentativa de amarrar sua vida de
outra maneira, mudar de letra de gozo, de sinthoma (S1a).
Quanto ao “homemdacasa”, as intervenções do analista
vão no sentido de tentar preservar esse nome bem como
a identificação à profissão. Intervenções que procuram
moderar o gozo persecutório e erotomaníaco sem a
necessidade de uma substância opioide, através de uma
presença que testemunha e secretaria o sujeito.
Podemos agora retornar à questão que deixamos
pendente: “As adicções se devem a uma substância ou ao
sujeito em questão?” A resposta de Naparstek, que no
nosso entender a situação da “turma do boi” ilustra bem,
é a seguinte:
O tóxico não está nem na substância, nem no sujeito, mas
no sintoma. Um sintoma que amarra o sujeito de maneira
singular e aditiva. Acrescentando que o sintoma mostra
a céu aberto sua toxicidade quando está separado dos
sentidos”(NAPARSTEK, 2011, p.10).
Poderíamos, para terminar, esclarecer que
no caso de nossos sujeitos, que apresentam sintomas
separados dos sentidos, ou seja, separados de um S2, a
direção do tratamento não iria mais na construção de um
outro sintoma sem sentido (letra de gozo) porém menos
tóxico, que fixa o gozo (identificação ao sinthoma), ao invés
da construção de um sentido para o sintoma de cada um?
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 179-189, 2015 187