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Maria Luiza Bassi

sentido, simboliza o seu fracasso (LACAN, 2008, p. 86).
Existiria semHpOreMuEmMa tentativa de se dizerPdAeI S1, num
movimento contínuo de significação gerando a unidade de
copulação do sujeito com o saber (LACAN, 2008, p.154).

S2 S1

No entanto, na análise, o sujeito é colocado a fazer escola
trabalho, a partir da associação livre, numa tentativa de
ir além das determinações significantes e das satisfações 127
pulsionais. Esse trabalho tem uma orientação que vai do
necessário ao contingente, ou seja, daquilo que não cessa
de se escrever ao que cessa de não se escrever. A psicanálise,
por não estar sujeita às regras universais, reconhece uma
satisfação que é pulsional, que excede o significante. Está
inscrita numa lógica não todo, conjunto aberto onde não
há exceção, tendo a opção de se colocar na função fálica ou
não estar nela.

Nesse campo, que é o do feminino, nada se pode
dizer da mulher. A partir do momento em que ele se anuncia
como não todo, não pode se escrever. Dentro dessa lógica,
o psicanalista não existe, psicanalista padrão pretendido
pela lógica de um saber unificante, pela regulamentação
da psicanálise. Há psicanalista efeito de um processo
analítico, produto de um ato, onde o sujeito é confrontado

Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 123-130, 2015
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