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Não regulamentação da psicanálise: impossível dizer d’isso?

garantias. Portanto, toda declaração universal está baseada
na ex-sistência de uma exceção que confirma a regra.

HOMEM PAI

fazer escola Freud em 1920 estabelece um não todo na regu-
lação do aparelho psíquico apontando para uma satisfação
que excede ao prSi2ncípio do prazer. Foi a partirSd1e sua clíni-
ca que ele construiu o conceito de pulsão de morte, que diz
da pulsão em busca de sua total satisfação numa tentativa
de repetir a primeira experiência de satisfação. Freud per-
cebeu um ponto exterior à ação interpretativa, um mal-es-
tar que ia além do sentido, do saber construído em análise.

Começa a surgir a particularidade da psicanálise
em relação à ciência. Freud mostrou os limites da linguagem
e, portanto, do simbólico na regulação do aparelho psíquico.
A análise não poderia mais se ater à interpretação do que
não cessa de se escrever.

A inscrição do significante inaugural – S1 – que
fixa o investimento libidinal se daria de forma contingente
e de tempos em tempos sofreria um rearranjo, uma
retranscrição (FREUD, v. I, 1969, p.317). Uma vez fixado, o
aparelho passaria a funcionar conforme aquela escrita, não
cessando de se escrever. O S1, entre todos os significantes,
é aquele do qual não há significado, e que, quanto ao

126 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 123-130, 2015
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