Page 40 - Revista ATO Ano 4 N 4
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A economia pulsional, o gozo e sua lógicaO que se perde no nível da pulsão
Ao retomar pontos de sua teoria no “Esboço de Psicaná-
lise”, Freud (1938) reforça que a verdadeira essência do
psíquico está nos processos físicos e somáticos. Isso mos-
tra o quanto o psíquico está sujeito ao corpo e depende da
fonte somática. O aparelho psíquico e sua topografia nada
tem a ver com a anatomia, diz Freud, “... refere-se a regiões
do mecanismo mental onde quer que estejam situadas no
corpo” (FREUD, 1915, p. 201). Portanto, o corpo todo faz
parte desse aparelho ou dessa topografia.
A fonte somática da pulsão está presente em Freud, desde
1893, nos relatos traumáticos de suas pacientes histéricas.
Na comunicação preliminar dos “Estudos sobre a Histe-
ria”, escrita com Breuer, encontramos a elaboração do me-
canismo psíquico dos fenômenos histéricos, no qual exci-
tações somáticas provocadas por um trauma psíquico são
acompanhadas de intensos afetos. Susto, angústia, vergo-
nha, dor física, ou seja, emoções aflitivas atuam como trau-
mas no sujeito, conservando o fenômeno histérico que é
eliminado somente quando o paciente fala sobre ele. Freud
ressalta que a vivência nesses casos, ainda que sob efeito de
uma somatização, resulta de uma exigência lógica da fala.
Diz que “os histéricos sofrem principalmente de reminis-
cências” (BREUER; FREUD, 1893, p. 48). E se indaga
como fatos experimentados há tanto tempo continuam a
atuar de forma tão intensa nesses sujeitos.
Para Freud (1893), o enfraquecimento de uma lembrança
traumática ou a perda de sua emoção depende de vários fa-
tores, sendo importante saber se houve uma reação adequa-
40 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 39-49, 2018
Ao retomar pontos de sua teoria no “Esboço de Psicaná-
lise”, Freud (1938) reforça que a verdadeira essência do
psíquico está nos processos físicos e somáticos. Isso mos-
tra o quanto o psíquico está sujeito ao corpo e depende da
fonte somática. O aparelho psíquico e sua topografia nada
tem a ver com a anatomia, diz Freud, “... refere-se a regiões
do mecanismo mental onde quer que estejam situadas no
corpo” (FREUD, 1915, p. 201). Portanto, o corpo todo faz
parte desse aparelho ou dessa topografia.
A fonte somática da pulsão está presente em Freud, desde
1893, nos relatos traumáticos de suas pacientes histéricas.
Na comunicação preliminar dos “Estudos sobre a Histe-
ria”, escrita com Breuer, encontramos a elaboração do me-
canismo psíquico dos fenômenos histéricos, no qual exci-
tações somáticas provocadas por um trauma psíquico são
acompanhadas de intensos afetos. Susto, angústia, vergo-
nha, dor física, ou seja, emoções aflitivas atuam como trau-
mas no sujeito, conservando o fenômeno histérico que é
eliminado somente quando o paciente fala sobre ele. Freud
ressalta que a vivência nesses casos, ainda que sob efeito de
uma somatização, resulta de uma exigência lógica da fala.
Diz que “os histéricos sofrem principalmente de reminis-
cências” (BREUER; FREUD, 1893, p. 48). E se indaga
como fatos experimentados há tanto tempo continuam a
atuar de forma tão intensa nesses sujeitos.
Para Freud (1893), o enfraquecimento de uma lembrança
traumática ou a perda de sua emoção depende de vários fa-
tores, sendo importante saber se houve uma reação adequa-
40 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 39-49, 2018
