Page 132 - Revista ATO Ano 4 N 4
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A economia pulsional, o gozo e sua lógicaA clínica com a criança
Seguindo essa leitura do circuito pulsional, podemos vis-
lumbrar na obra de Kanner, a posteriori, alguns marcadores
que hoje nos conduziriam a refletir sobre os ‘indicativos de
sinais de risco de uma constituição autística’. Assim, quan-
do Kanner (1943) diz das características do “bebê que não
se aninha no colo; que não faz movimento de estender os
braços para ser carregado; que não apresenta resposta ao
sorriso; que evita o contato visual e corporal; entre outros”,
(KANNER, 1943 apud CAMPANÁRIO, 2008, p. 2) pode-
mos pensar nesses indicativos trazidos por Laznik através
da pesquisa PREAUT.
Esses sinais precoces de risco de autismo surgem por meio
do Programme de Recherche et Evaluation sur l’autisme
(PREAUT) a partir do trabalho de muitos pesquisadores,
em destaque Marie Christine Laznik, Filippo Muratori e
Sandra Maestro que, como meio de pesquisa, usaram o
banco de dados de filmes familiares de bebês, os quais,
depois dos 3 anos, foram diagnosticados autistas. Laznik
propõe a hipótese de que “haveria, no bebê com evolução
autística um NÃO aparecimento da capacidade de iniciar
as trocas, com o outro familiar, de um modo lúdico e jubi-
latório” (LAZNIK, 2011 apud JERUSALINSKY, 2015, p.
437).
São essas singularidades que nos indicam a direção do tra-
tamento. É por isso que precisamos estar atentos ao diag-
nóstico psicanalítico, pois é através dele que sabemos qual
a relação do sujeito com a castração e com o Outro. Res-
132 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 121-137, 2018
Seguindo essa leitura do circuito pulsional, podemos vis-
lumbrar na obra de Kanner, a posteriori, alguns marcadores
que hoje nos conduziriam a refletir sobre os ‘indicativos de
sinais de risco de uma constituição autística’. Assim, quan-
do Kanner (1943) diz das características do “bebê que não
se aninha no colo; que não faz movimento de estender os
braços para ser carregado; que não apresenta resposta ao
sorriso; que evita o contato visual e corporal; entre outros”,
(KANNER, 1943 apud CAMPANÁRIO, 2008, p. 2) pode-
mos pensar nesses indicativos trazidos por Laznik através
da pesquisa PREAUT.
Esses sinais precoces de risco de autismo surgem por meio
do Programme de Recherche et Evaluation sur l’autisme
(PREAUT) a partir do trabalho de muitos pesquisadores,
em destaque Marie Christine Laznik, Filippo Muratori e
Sandra Maestro que, como meio de pesquisa, usaram o
banco de dados de filmes familiares de bebês, os quais,
depois dos 3 anos, foram diagnosticados autistas. Laznik
propõe a hipótese de que “haveria, no bebê com evolução
autística um NÃO aparecimento da capacidade de iniciar
as trocas, com o outro familiar, de um modo lúdico e jubi-
latório” (LAZNIK, 2011 apud JERUSALINSKY, 2015, p.
437).
São essas singularidades que nos indicam a direção do tra-
tamento. É por isso que precisamos estar atentos ao diag-
nóstico psicanalítico, pois é através dele que sabemos qual
a relação do sujeito com a castração e com o Outro. Res-
132 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 121-137, 2018