Page 121 - revista_ato_topologia_e_desejo_do_analista_ano3_n3
P. 121
Eduardo Lucas Andrade
Se o paciente é quem direciona ao analista a aposta clínica
de sua história, é este que o faz enquanto tal. Vale ponderar
que o suposto conhecer também se presentifica, além das
pequenas cidades, no imaginário daqueles que fazem aná-
lise com professores universitários ou nos transmissores
das escolas de psicanálise.
No escopo deste trabalho, pretendo limitar-me a três pon- Transferência na clínica em cidade pequena
tos (enigmas), que considero preciosos e com os quais me
deparei quando encarei atendimentos desse tipo. Minha
primeira fatia de análise, minha primeira ida a uma expe-
riência psicanalítica, ocorreu em uma cidade pequena por
via desse suposto conhecer. Anos mais tarde, lá estava eu
com o enigma: iria ou não atender na cidade em que nasci,
cresci e que é pequena.
Os três pontos a serem costurados neste escrito, diante
desse enigma, e que podem ser enigma de outros analistas
iniciantes, são:
1. Devo me autorizar a atender lá onde nasci, cresci e 119
sou conhecido ou não? Eis a questão!
2. Tendo me autorizado, e os pacientes apostado na clí-
nica, como devo me portar nas circulações pela cidade
se desta também sou cidadão? Outros também traba-
lham em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS),
na educação, participam de eventos culturais em ou-
tros lugares da cidade. E aí?
3. Como a transferência será possível, e a quais particu-
laridades o analista deve estar atento?
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 117-126, 2017
Se o paciente é quem direciona ao analista a aposta clínica
de sua história, é este que o faz enquanto tal. Vale ponderar
que o suposto conhecer também se presentifica, além das
pequenas cidades, no imaginário daqueles que fazem aná-
lise com professores universitários ou nos transmissores
das escolas de psicanálise.
No escopo deste trabalho, pretendo limitar-me a três pon- Transferência na clínica em cidade pequena
tos (enigmas), que considero preciosos e com os quais me
deparei quando encarei atendimentos desse tipo. Minha
primeira fatia de análise, minha primeira ida a uma expe-
riência psicanalítica, ocorreu em uma cidade pequena por
via desse suposto conhecer. Anos mais tarde, lá estava eu
com o enigma: iria ou não atender na cidade em que nasci,
cresci e que é pequena.
Os três pontos a serem costurados neste escrito, diante
desse enigma, e que podem ser enigma de outros analistas
iniciantes, são:
1. Devo me autorizar a atender lá onde nasci, cresci e 119
sou conhecido ou não? Eis a questão!
2. Tendo me autorizado, e os pacientes apostado na clí-
nica, como devo me portar nas circulações pela cidade
se desta também sou cidadão? Outros também traba-
lham em serviços do Sistema Único de Saúde (SUS),
na educação, participam de eventos culturais em ou-
tros lugares da cidade. E aí?
3. Como a transferência será possível, e a quais particu-
laridades o analista deve estar atento?
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 117-126, 2017