Page 13 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
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Margareth Almeida Khattar Elaborações que nos remetem ao campo do “buraco”.

Vamos observando, no decorrer de nossas dis-
cussões, que Lacan vem a se utilizar da Linguística e da
Matemática para entrar na dimensão do real, disso que não
se alcança pelo sentido – um ab-sense, mas que circula no
vazio da demanda pelo dito.

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”Tudo que se diga fica esquecido atrás do que se
diz no que se ouve.” (LACAN,1973).

Temos assim toda uma problemática que se co-
loca entre o que se diz naquilo que se ouve, e do que se
alcança sobre a dimensão do objeto que se revela, pois este
está no mesmo lugar em que se revela algo da ausência fá-
lica, a castração.

Algo que se apresenta enquanto uma “[...] ma-
terialidade sonora do saber inconsciente, no qual, pelo dis-
curso analítico, anuncia-se o fracasso do pai, separando
saber e gozo ao reduzir o sentido sexual”. (CAMPOLINA)

O que vem a possibilitar saídas, como; da inibição
para cair na angústia e produzir um sintoma. E do sintoma
ao sinthoma, esse quarto elemento introduzido por Lacan,
que elucida um tipo especial de amarração possível à escrita

Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 9-15, 2016
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