Page 11 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
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Margareth Almeida Khattar Elaborações que nos remetem ao campo do “buraco”.

“Um nó de 3, formado por 3 retas infinitas fecha-
das, que se entrecruzam na condição de ex-sistirem entre si,
o que faz buraco ... retas infinitas, e quando nomeadas RSI
demarcam o buraco do corpo no imaginário, o buraco do
recalque originário no simbólico (o que é do sem-sentido, o
falso binário) e o buraco da vida no real.” (CAMPOLINA,
Transfinito, vol.8)

E o objeto a, objeto impossível e inatingível, vem
alojar-se no encaixe central dos 3 elos, onde o buraco de um
conjuga-se triplamente ao buraco dos outros dois, fixando
o vazio de sua ausência. Assim nesse esquema, o do nó, o
buraco central permite situar três campos de ex-sistência:
o sentido, o gozo fálico e o gozo do Outro.

Um buraco que se abre a partir do entrecruza-
mento de pequenos traços, ressalta Lacan, uma vez que
traz como ponto de partida um triskel reduzido [...] “que é
tanto um nó borromeano como a fonte completa”.

Partindo do nó, para definir algo a ser chamado 11
de análise, completa trazendo a dimensão de que este “[...]
vem a lhe parecer ligado não só a uma noção de buraco,
onde muitas coisas se turbilhonam a ponto de serem engoli-
das”, e que: “[...] para desenhar um turbilhão, uma hélice,

Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 9-15, 2016
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