Page 12 - Revista Ato - O Nó e a Clínica - Ano 3 / nº2
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Elaborações que nos remetem ao campo do “buraco”.O Nó e a Clínica
é preciso do meu nó em questão: é necessário pelo menos 3
para que isso seja um buraco em turbilhão.”
Para completar, conclui: “Se não há buraco,
não vejo muito bem o que temos que fazer como analistas.”
(LACAN, citado na Revista da Letra Freudiana n.º 0).
Chegamos, assim, a um ponto chave, pois, par-
tindo da indagação sobre buraco, fala-se de consistência
e ex-sistência e chega-se ao tema – o nó e a clínica, e à
dimensão de operação particular a partir desses campos, o
que permite indagações do tipo:
O que há de subjetivo nessa demonstração que
se coloca?
Como operar com o nó na práxis psicanalítica?
Pois quando diz de buraco, que engole e também
cospe, cospe o nome, o pai como nome no que se refere ao
simbólico, é certo que há aí alguma coisa sensível que se
esburaca.
Ao destacar a propriedade borromeana, Dafun-
chio (2010) esclarece que, na psicose, há interpenetração
de registros, perde-se a mediação de um terceiro registro,
e, portanto, perde-se a propriedade borromeana. Já na clí-
nica da neurose, os psicanalistas podem fazer uma série de
movimentos no nó, variando as intervenções, sem a preo-
cupação de que um registro se solte ou o paciente sinta os
efeitos da interpenetração de dois registros. Estes movi-
mentos feitos pelo analista irão se refletir no processo de
cada paciente, conduzindo a avanços no tratamento.
12 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 9-15, 2016
é preciso do meu nó em questão: é necessário pelo menos 3
para que isso seja um buraco em turbilhão.”
Para completar, conclui: “Se não há buraco,
não vejo muito bem o que temos que fazer como analistas.”
(LACAN, citado na Revista da Letra Freudiana n.º 0).
Chegamos, assim, a um ponto chave, pois, par-
tindo da indagação sobre buraco, fala-se de consistência
e ex-sistência e chega-se ao tema – o nó e a clínica, e à
dimensão de operação particular a partir desses campos, o
que permite indagações do tipo:
O que há de subjetivo nessa demonstração que
se coloca?
Como operar com o nó na práxis psicanalítica?
Pois quando diz de buraco, que engole e também
cospe, cospe o nome, o pai como nome no que se refere ao
simbólico, é certo que há aí alguma coisa sensível que se
esburaca.
Ao destacar a propriedade borromeana, Dafun-
chio (2010) esclarece que, na psicose, há interpenetração
de registros, perde-se a mediação de um terceiro registro,
e, portanto, perde-se a propriedade borromeana. Já na clí-
nica da neurose, os psicanalistas podem fazer uma série de
movimentos no nó, variando as intervenções, sem a preo-
cupação de que um registro se solte ou o paciente sinta os
efeitos da interpenetração de dois registros. Estes movi-
mentos feitos pelo analista irão se refletir no processo de
cada paciente, conduzindo a avanços no tratamento.
12 Revista da ATO - escola de psicanálise, Belo Horizonte, O Nó e a Clínica, Ano III, n. 2, pp. 9-15, 2016