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InibiçãoInibição: assunto de corpo

b) Esse objeto é abandonado e substituído
pelo sujeito. Ocorrendo aí uma coincidência
entre sujeito e objeto. Efetua-se também a
mudança de uma finalidade pulsional ativa
para uma passiva. (sadomasoquismo).

c) Uma pessoa estranha é buscada como objeto;
essa pessoa, em consequência da alteração
que ocorreu na finalidade pulsional, tem de
assumir o papel do sujeito. (masoquismo).

Na neurose obsessiva, a posição do sujeito
evidencia que a fase b. não é supérflua, ocorrendo um
retorno do sadismo em direção ao eu do sujeito sem uma
atitude de passividade para com outra pessoa. Assim,
o desejo de torturar transforma-se em autotortura e
autopunição, não em masoquismo. A voz ativa muda, não
para a passiva, mas para a voz reflexiva média. (trata-se de
uma alusão às vozes do verbo grego).

Delorenzo (2007) afirma: “na neurose obsessiva,
o objeto substituído na fantasia, torna-se de objeto externo
a objeto interno: confunde-se com o próprio eu. Desse modo,
o eu me torturo, deve ser traduzido por eu torturo em
mim o objeto que aí coloquei”.

No seminário A angústia (Lacan, 2005, p. 74),
Lacan coloca que o obsessivo procura um signo por baixo
do significante, para ele o signo é o que representa alguma
coisa para alguém, e o significante é o que representa um

20 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 15-23, 2016
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