Page 18 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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InibiçãoInibição: assunto de corpo
com a imagem é porque o sujeito recua diante da castração
(simbólico) e cai na armadilha imaginária. Nos quadros de
inibição presenciamos a estagnação do desejo.
Inibição e neurose obsessiva.
Fragmento clínico:
“Ontem, me perguntaram sobre o meu desejo.
Acho que o desejo não é importante, ele não conta. A analista
diz: e o que você conta? O que interessa nessa coisa de desejo
é o seguinte: aquilo que escolho vai me trazer benefícios ou
não? As minhas escolhas só acontecem depois que meço os
riscos. É assim que funciono.”
Lacan afirma: “O obsessivo, digamos, tal como a
histérica, necessita de um desejo insatisfeito, isto é, de um
desejo para além de uma demanda. O obsessivo resolve a
questão do esvaecimento de seu desejo fazendo dele um
desejo proibido. Faz com que ele seja sustentado pelo Outro,
precisamente pela proibição do Outro. (...) A proibição está
ali para sustentar o desejo, mas, para que ele se sustente
é necessário que ele se apresente (Lacan, 1967-68, p. 427,
428)”.
(fragmento clínico)
“...as vezes, escuto de alguém da família que
sou obstinada. Aí eu completo, sou obstinada, sou o burro
de carga da casa, carrego o meu marido nas costas, se for
preciso varo a noite estudando, estou acostumada a ficar 20
18 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 15-23, 2016
com a imagem é porque o sujeito recua diante da castração
(simbólico) e cai na armadilha imaginária. Nos quadros de
inibição presenciamos a estagnação do desejo.
Inibição e neurose obsessiva.
Fragmento clínico:
“Ontem, me perguntaram sobre o meu desejo.
Acho que o desejo não é importante, ele não conta. A analista
diz: e o que você conta? O que interessa nessa coisa de desejo
é o seguinte: aquilo que escolho vai me trazer benefícios ou
não? As minhas escolhas só acontecem depois que meço os
riscos. É assim que funciono.”
Lacan afirma: “O obsessivo, digamos, tal como a
histérica, necessita de um desejo insatisfeito, isto é, de um
desejo para além de uma demanda. O obsessivo resolve a
questão do esvaecimento de seu desejo fazendo dele um
desejo proibido. Faz com que ele seja sustentado pelo Outro,
precisamente pela proibição do Outro. (...) A proibição está
ali para sustentar o desejo, mas, para que ele se sustente
é necessário que ele se apresente (Lacan, 1967-68, p. 427,
428)”.
(fragmento clínico)
“...as vezes, escuto de alguém da família que
sou obstinada. Aí eu completo, sou obstinada, sou o burro
de carga da casa, carrego o meu marido nas costas, se for
preciso varo a noite estudando, estou acostumada a ficar 20
18 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 15-23, 2016