Page 17 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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Labibe Geralda Gil Alcon Mendes Inibição
que exige um alto investimento libidinal, o que o obriga a
restringir gastos em muitos lugares.
Na primeira lição do Seminário X, A angústia,
Lacan coloca a inibição, o sintoma e a angústia dispostos
em função de dois eixos, o do movimento e o da dificuldade.
O eixo vertical se define a partir da relação do movimento
com a inibição e o horizontal a partir da dificuldade com a
inibição. Em relação a esses dois eixos, a inibição encontra-
se no ponto de menor dificuldade e de menor movimento.
No eixo da dificuldade localizamos o sujeito e no do
movimento o eu. O sujeito se situa no campo do simbólico
e o eu é uma construção imaginária. É na relação do
imaginário com o simbólico que a inibição se dá. Gilda Vaz
Rodrigues escreve: “A inibição pode ser pensada também
pelo viés do eu ideal, ou seja, daquele que se mira numa
imagem ideal de seu Eu, e por isso, permanece inibido em
seu ato, não podendo agir por nunca corresponder a esse
ideal” (Rodrigues, 2013 p. 34).
Para Lacan, a Inibição promove uma captura
narcisista, imaginária do desejo com a finalidade de barrar
a emergência do objeto a diante da pergunta Che vuoi?
O que o Outro quer de mim? Esta captura imaginária
tem como finalidade obturar a inconsistência do Outro
(castração) que suscita a angústia. Aquilo que coloca
o sujeito em movimento é justamente a falta de alguma
coisa na imagem. Porém, quando o sujeito se identifica
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 15-23, 2016 17
que exige um alto investimento libidinal, o que o obriga a
restringir gastos em muitos lugares.
Na primeira lição do Seminário X, A angústia,
Lacan coloca a inibição, o sintoma e a angústia dispostos
em função de dois eixos, o do movimento e o da dificuldade.
O eixo vertical se define a partir da relação do movimento
com a inibição e o horizontal a partir da dificuldade com a
inibição. Em relação a esses dois eixos, a inibição encontra-
se no ponto de menor dificuldade e de menor movimento.
No eixo da dificuldade localizamos o sujeito e no do
movimento o eu. O sujeito se situa no campo do simbólico
e o eu é uma construção imaginária. É na relação do
imaginário com o simbólico que a inibição se dá. Gilda Vaz
Rodrigues escreve: “A inibição pode ser pensada também
pelo viés do eu ideal, ou seja, daquele que se mira numa
imagem ideal de seu Eu, e por isso, permanece inibido em
seu ato, não podendo agir por nunca corresponder a esse
ideal” (Rodrigues, 2013 p. 34).
Para Lacan, a Inibição promove uma captura
narcisista, imaginária do desejo com a finalidade de barrar
a emergência do objeto a diante da pergunta Che vuoi?
O que o Outro quer de mim? Esta captura imaginária
tem como finalidade obturar a inconsistência do Outro
(castração) que suscita a angústia. Aquilo que coloca
o sujeito em movimento é justamente a falta de alguma
coisa na imagem. Porém, quando o sujeito se identifica
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 15-23, 2016 17