Page 43 - revista_ato (1)
P. 43
Labibe Geralda Gil Alcon Mendes
O objeto a como resto da constituição do
sujeito no campo da linguagem
Falar da estrutura da angústia nos leva a falar da angústia, nominação real
constituição do sujeito e do objeto. No Seminário X, Lacan
diz que “é na relação do sujeito com o Outro que o objeto 43
a se constitui como resto” (LACAN, 2005, p. 128). O autor
concebe o Outro como o lugar do significante, é nele que
o sujeito encontra um traço único, a partir do qual vai se
constituir em sua subjetividade.
O sujeito que emerge no campo do Outro é
um sujeito vazio de ser e de atributos, situado num lugar
indeterminado da cadeia, dividido entre um significante e
outro, sujeito marcado pelo significante, “único sujeito a
que nossa experiência tem acesso” (LACAN, 2005, p.129).
Vejamos como se dá essa operação: o sujeito se
inscreve no campo do Outro, é marcado pelo significante,
ficando dividido, clivado. Nesse ato de clivagem, o contínuo
movimento de seu desejo tem início. Desta operação de
divisão, correlata à entrada na linguagem, resta um resíduo.
Algo que não entra no domínio do simbólico, que não é
abarcado pela linguagem. Esse resto é o objeto a. “Esse
objeto a... é sempre dele que se trata quando Freud fala de
objeto a propósito da angústia” (LACAN, 2005, p. 50). A
angústia é sinal de um resto de real que sobra irredutível
na constituição do sujeito. A esse resíduo real impossível
de inscrever no simbólico, Lacan faz corresponder uma
falta no nível imaginário. Vejamos:
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 37-50, 2015
O objeto a como resto da constituição do
sujeito no campo da linguagem
Falar da estrutura da angústia nos leva a falar da angústia, nominação real
constituição do sujeito e do objeto. No Seminário X, Lacan
diz que “é na relação do sujeito com o Outro que o objeto 43
a se constitui como resto” (LACAN, 2005, p. 128). O autor
concebe o Outro como o lugar do significante, é nele que
o sujeito encontra um traço único, a partir do qual vai se
constituir em sua subjetividade.
O sujeito que emerge no campo do Outro é
um sujeito vazio de ser e de atributos, situado num lugar
indeterminado da cadeia, dividido entre um significante e
outro, sujeito marcado pelo significante, “único sujeito a
que nossa experiência tem acesso” (LACAN, 2005, p.129).
Vejamos como se dá essa operação: o sujeito se
inscreve no campo do Outro, é marcado pelo significante,
ficando dividido, clivado. Nesse ato de clivagem, o contínuo
movimento de seu desejo tem início. Desta operação de
divisão, correlata à entrada na linguagem, resta um resíduo.
Algo que não entra no domínio do simbólico, que não é
abarcado pela linguagem. Esse resto é o objeto a. “Esse
objeto a... é sempre dele que se trata quando Freud fala de
objeto a propósito da angústia” (LACAN, 2005, p. 50). A
angústia é sinal de um resto de real que sobra irredutível
na constituição do sujeito. A esse resíduo real impossível
de inscrever no simbólico, Lacan faz corresponder uma
falta no nível imaginário. Vejamos:
Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 37-50, 2015