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angústia, nominação realQual a função do fantasma no tratamento analítico?
gunta permite um distanciamento do Outro cujo desejo era
lido pelo paciente como demanda, à qual ele respondia com
a repetição do seu sintoma. O que se repete é o trajeto da
pulsão em direção à sua satisfação, a descarga em um tra-
çado mais curto, no corpo e fora do simbólico. A satisfação
da pulsão é acéfala e responde de forma alienada à demanda
do Outro. O fantasma pode ser construído em análise como
resposta a esta pergunta.
Como é possível operar clinicamente para que
estas repetições de satisfação passem pelo simbólico e
permitam alguma mudança nas formas de satisfação?
Antes de falar como se operam clinicamente
essas mudanças, é importante entender as formas de gozo.
Lacan (1964) afirma que a pulsão faz o seu tra-
çado em um oito interior em torno do objeto a. É nas so-
breposições dos buracos entre as três consistências do real,
do simbólico e do imaginário, que estão localizadas as três
formas de gozo, ou seja, gozo do Outro, gozo fálico e do
sentido, conforme demonstrado por Lacan(1974) no nó
Borromeano.
O gozo do Outro está localizado entre o real e o
imaginário, está ligado ao corpo e está fora do simbólico.
Lacan (1974) descreve, em “A terceira”, que esse é o
verdadeiro buraco. O que resiste a este gozo que faz avançar
o real sobre o imaginário é a angústia.
A segunda modalidade é o gozo fálico, que está
situado entre o simbólico e o real. Esse gozo está fora do
32 Revista da Ato – Escola de psicanálise | Belo Horizonte | Angústia | Ano I n. 0 | 2015
gunta permite um distanciamento do Outro cujo desejo era
lido pelo paciente como demanda, à qual ele respondia com
a repetição do seu sintoma. O que se repete é o trajeto da
pulsão em direção à sua satisfação, a descarga em um tra-
çado mais curto, no corpo e fora do simbólico. A satisfação
da pulsão é acéfala e responde de forma alienada à demanda
do Outro. O fantasma pode ser construído em análise como
resposta a esta pergunta.
Como é possível operar clinicamente para que
estas repetições de satisfação passem pelo simbólico e
permitam alguma mudança nas formas de satisfação?
Antes de falar como se operam clinicamente
essas mudanças, é importante entender as formas de gozo.
Lacan (1964) afirma que a pulsão faz o seu tra-
çado em um oito interior em torno do objeto a. É nas so-
breposições dos buracos entre as três consistências do real,
do simbólico e do imaginário, que estão localizadas as três
formas de gozo, ou seja, gozo do Outro, gozo fálico e do
sentido, conforme demonstrado por Lacan(1974) no nó
Borromeano.
O gozo do Outro está localizado entre o real e o
imaginário, está ligado ao corpo e está fora do simbólico.
Lacan (1974) descreve, em “A terceira”, que esse é o
verdadeiro buraco. O que resiste a este gozo que faz avançar
o real sobre o imaginário é a angústia.
A segunda modalidade é o gozo fálico, que está
situado entre o simbólico e o real. Esse gozo está fora do
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