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fazer escolaCardo ou gonzo no trabalho ruma à Escola

Não por acaso e avesso aos efeitos de grupo,
ele sugere que seja a transferência de trabalho o motor
de funcionamento do cartel. A entrada na formação
psicanalítica por esta via faz trabalhar aquilo que causa um
a um em sua escolha pela Psicanálise. Fazer parte de um
cartel depende de um desejo decidido por essa escolha. “A
adesão à Escola será feita mediante apresentação a ela num
grupo de trabalho, constituído como dissemos” (LACAN,
2003, p. 238).

– O percurso de analisante a analista: “o momento
do pedido da entrada como o momento da experiência do
desejo de se autorizar analista ‘a partir de si mesmo’ e ‘de
alguns outros’, enodamento da experiência da Psicanálise
em intensão e extensão”. Poderíamos pensar esse
momento de entrada como um ato de se responsabilizar e
se questionar a respeito da escolha e da posição diante da
Psicanálise.

– Transferência de trabalho com essa Escola,
experiências de trabalho endereçadas ao Grep. “O ensino
da Psicanálise só pode transmitir-se de um sujeito para
outro pelas vias de uma transferência de trabalho. Os
‘seminários’, inclusive nosso curso da École d’Études
Supérieures, não fundarão nada, se não remeterem a essa
transferência”. (...) “O sucesso da Escola se medirá pelo
lançamento de trabalhos que sejam aceitáveis em seu
lugar” (LACAN, 2003, p. 242).

144 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 139-148, 2015
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