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Rosana Scarponi Pinto fazer escola

lista numerosa, mas de trabalhadores decididos, como
sou desde já” (LACAN, 2003, p. 239). Na Proposição
de 09 de outubro de 1967, Lacan fala que o AME ou
Analista Membro da Escola é constituído simplesmente
pelo fato de a Escola o reconhecer como psicanalista que
comprovou sua capacidade. Diz que é isso que constitui a
garantia proveniente da Escola. Essa iniciativa compete à
Escola, onde só se é admitido com base no projeto de um
trabalho e sem consideração para com a proveniência nem
as qualificações.

A segunda maneira de entrada seria pelo passe
(1967 e 1974). Em 1967, Lacan fala do AE ou Analista da
Escola, a quem se imputa estar entre os que podem dar
testemunho dos problemas cruciais, nos pontos nodais em
que se acham eles no tocante à análise. Esse é um lugar que
implica que se queira ocupá-lo. Em 1974, na Nota Italiana,
faz ressalvas à entrada pelo passe, dizendo que a análise
é fundamental para tanto, mas não é suficiente. Além da
própria análise é necessário conhecer extensamente a
teoria psicanalítica e para isso deve-se recorrer à Escola.

– Experiência com o saber não todo, como, por
exemplo, o Cartel. Lacan apresenta o cartel como órgão
de base em sua proposta de formação de psicanalistas e
transmissão da Psicanálise justamente no ano de sua
“excomunhão” da IPA (1963) e no da fundação da Escola
Francesa de Psicanálise (1964).

Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 139-148, 2015 143
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