Page 142 - revista_ato (1)
P. 142
fazer escolaCardo ou gonzo no trabalho ruma à Escola

Do que produzimos, elegemos alguns pontos para serem
balizadores, pautados nos textos de Lacan e nas nossas ex-
periências na comissão de acolhimento.

Se o universal do Regimento e do Estatuto caiu,
temos pensado que a escuta do pedido para a entrada há
que ser feita no singular, buscando apurar em que ponto
o sujeito está causado. Importante também é saber de que
lugar se opera essa escuta, para que se produza efeito de
corte, desejo do analista, pois pautar uma direção para o
sujeito na Escola o aprisiona no lugar de objeto. O corte
ao gozo não admite uma posição amorosa por parte do
analista; ele conduz o sujeito à experiência do encontro
com o seu desejo, e o analista, ao lugar de objeto de causa.

O percurso na Escola não pode ser a expressão
de um investimento maciço ou único da imagem especular
com aquele analista que escuta ou acompanha um candidato
a membro.

Assim, passamos a privilegiar:
– Como o sujeito se posiciona frente à causa
analítica. Há uma relação à causa e não há à “profissão”?
Há uma autenticidade na relação do sujeito à Psicanálise?
Enfim, há um desejo relançado?
Há nos textos de Lacan duas maneiras de entrar
na Escola, dois momentos diferentes de entrada, que
refletem os tipos de analistas previstos por ele na Escola.
A primeira é demonstrar ser um “trabalhador
decidido” (Ato de Fundação – 1964). “Não preciso de uma

142 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 139-148, 2015
   137   138   139   140   141   142   143   144   145   146   147