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Neuza Loureiro fazer escola

poética propriamente dita da coisa, a poesia também faz
alguma coisa” (LACAN, s/d, p.3).

Alguns fragmentos da chamada da última
reunião de membros ilustram bem o que estamos vivendo:
“Estamos nós ‘nesse tempo’ às voltas com uma questão
importante: um passe... escola e psicanálise”; “Nesse
momento da Ata de Fundação, um ato, um corte se dá”;
“Para zerar faz-se necessário, nesse tempo de giro nos
discursos, que Grep caia, o que nos aponta para a dimensão
de um ato”.

Opiniões diversas se apresentam: uns querendo
a continuidade do Grep no nome da Escola, já que o
consideram apenas um aglomerado de letras; outros com
a opinião de que se deve deixá-lo cair; e outros sentem a
nostalgia diante desse cair.

Nesse último encontro, surgiu a pergunta:
“para se encerrar algo tem que haver corte? Fica zerado?”
E a resposta obtida foi: “Tem que zerar.” Em cima disso
veio a conclusão: “Então, se tem que zerar, não justifica o
nome Grep permanecer na Escola. Se há de se imprimir
um corte, o que irá começar será algo novo”. Uma das
questões apontadas foi a de que, ao deixar cair o nome da
instituição, a Escola continua a ser nomeada Grep.

Talvez esses impasses possam ser situados no
que diz Lacan: “... para os que aqui estão, marca-se o valor
do que está em jogo. Pode haver algo que está em jogo que

Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 131-138, 2015 133
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