Page 55 - Revista ATO Ano 4 N 4
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Crasso Campanha ParenteA economia pulsional, o gozo e sua lógica
que é simbólico. Esse significante Um faz borda ao vazio e
só a partir dele o vazio pode ser abordado. Esse significante
Um é o que diz não à função fálica, fazendo exceção. Ele
é necessário, o que funda o universal da castração, que dá
acesso ao simbólico e ao gozo fálico. O real da estrutura
pode ser abordado pela matemática. Lacan diz que a es-
trutura é lógica. Por isso em “O Seminário 22: R.S.I”, de
1974-1975, ele vai dizer que o Outro é uma matriz de dupla
entrada: o objeto a e o Um do significante. E além disso, na
conferência “A terceira”, de 1974, Lacan diz que o objeto a
é homólogo ao S1, significante letra. A diferença é que eles
estão em campos distintos, um no real e o outro no real do
simbólico.
Lacan vai usar, em “O Seminário 19”, a lógica de Frege
e a teoria de conjuntos de Cantor para pensar a partir da
matemática o real da estrutura que repete fora da signi-
ficação, o que ele vai chamar de Aleph zero. Segundo ele,
na sequência dos números naturais, o número um é um
conjunto que porta um conjunto vazio e que se repete em
todos os outros números naturais. O Um é marca de pura
diferença com zero, conjunto vazio. Esses uns matemáti-
cos são o que Lacan vai chamar de automatismo da repeti-
ção, que vão insistindo na estrutura, como estrutura, para
serem franqueados como S2 e como saber inconsciente.
Esse é o automatismo de gozo. Esse franqueamento é o
que ocorre na experiência de análise.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 51-59, 2018 55
que é simbólico. Esse significante Um faz borda ao vazio e
só a partir dele o vazio pode ser abordado. Esse significante
Um é o que diz não à função fálica, fazendo exceção. Ele
é necessário, o que funda o universal da castração, que dá
acesso ao simbólico e ao gozo fálico. O real da estrutura
pode ser abordado pela matemática. Lacan diz que a es-
trutura é lógica. Por isso em “O Seminário 22: R.S.I”, de
1974-1975, ele vai dizer que o Outro é uma matriz de dupla
entrada: o objeto a e o Um do significante. E além disso, na
conferência “A terceira”, de 1974, Lacan diz que o objeto a
é homólogo ao S1, significante letra. A diferença é que eles
estão em campos distintos, um no real e o outro no real do
simbólico.
Lacan vai usar, em “O Seminário 19”, a lógica de Frege
e a teoria de conjuntos de Cantor para pensar a partir da
matemática o real da estrutura que repete fora da signi-
ficação, o que ele vai chamar de Aleph zero. Segundo ele,
na sequência dos números naturais, o número um é um
conjunto que porta um conjunto vazio e que se repete em
todos os outros números naturais. O Um é marca de pura
diferença com zero, conjunto vazio. Esses uns matemáti-
cos são o que Lacan vai chamar de automatismo da repeti-
ção, que vão insistindo na estrutura, como estrutura, para
serem franqueados como S2 e como saber inconsciente.
Esse é o automatismo de gozo. Esse franqueamento é o
que ocorre na experiência de análise.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, ano 4, n. 4, p. 51-59, 2018 55
