Page 115 - revista_ato_topologia_e_desejo_do_analista_ano3_n3
P. 115
Labibe Geralda Gil Alcon Mendes Corpo, gozo e lalangue
ça do analista”, diz: “Conjunto de letras ligadas à experi-
ência inconsciente e que se apresenta como consistência
imaginária”. Em seu seminário de 2015, “O dizer do ana-
lista e topologia”, essa mesma autora afirma: “Lalangue
ao se apresentar como semblant de a é um forçamento de
linguagem diante de uma modalidade lógica”. A interven-
ção a partir do significante matemático permite o esvazia-
mento da construção imaginária. Isso remete ao que Lacan
diz: “A castração é algo por que é preciso passar. Enquanto
não soubermos disso, não haverá discurso sadio” (LACAN,
1971-1972, p. 32).
Ainda nessa sessão, Jota diz da sua mania de procrastinar:
Se eu quiser ir embora, devo ter mais determinação. A ana-
lista: deter mim ação. O corpo, sensível aos efeitos d’alín-
gua, é a sede de suas inscrições.
Lacan (1975-1976), ao definir o sinthoma como o quarto
nó, acrescenta, que é ele que amarra os três registros: Ima-
ginário, Real e Simbólico. No final de seu ensino, Lacan
dirá que quando o sujeito faz de si um sinthoma, nesse
momento o sujeito não é mais do que uma torção de voz,
é lalangue. É unicamente pelo equívoco que a interpreta-
ção opera, pois o equívoco é a arma contra o sinthoma. O
equívoco é a articulação que o analista faz do conjunto de
letras com o objeto a. A interpretação por equívoco produz
efeitos no corpo.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 109-115, 2017 113
ça do analista”, diz: “Conjunto de letras ligadas à experi-
ência inconsciente e que se apresenta como consistência
imaginária”. Em seu seminário de 2015, “O dizer do ana-
lista e topologia”, essa mesma autora afirma: “Lalangue
ao se apresentar como semblant de a é um forçamento de
linguagem diante de uma modalidade lógica”. A interven-
ção a partir do significante matemático permite o esvazia-
mento da construção imaginária. Isso remete ao que Lacan
diz: “A castração é algo por que é preciso passar. Enquanto
não soubermos disso, não haverá discurso sadio” (LACAN,
1971-1972, p. 32).
Ainda nessa sessão, Jota diz da sua mania de procrastinar:
Se eu quiser ir embora, devo ter mais determinação. A ana-
lista: deter mim ação. O corpo, sensível aos efeitos d’alín-
gua, é a sede de suas inscrições.
Lacan (1975-1976), ao definir o sinthoma como o quarto
nó, acrescenta, que é ele que amarra os três registros: Ima-
ginário, Real e Simbólico. No final de seu ensino, Lacan
dirá que quando o sujeito faz de si um sinthoma, nesse
momento o sujeito não é mais do que uma torção de voz,
é lalangue. É unicamente pelo equívoco que a interpreta-
ção opera, pois o equívoco é a arma contra o sinthoma. O
equívoco é a articulação que o analista faz do conjunto de
letras com o objeto a. A interpretação por equívoco produz
efeitos no corpo.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 109-115, 2017 113