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Labibe Geralda Gil Alcon Mendes
so do analista. Possibilitando, com isso, uma subversão da Corpo, gozo e lalangue
posição do sujeito nessa relação entre saber e gozo.
Na análise, quando se trabalha no campo da linguagem, o
significante fálico revela os dois sexos na estrutura – o ho-
mem: ter o falo, e a mulher: ser o falo – isso se relaciona
com a castração significante. No campo fora linguagem,
quando não há significante, o analista vai trabalhar com o
significante na ordem da ℨxΦx. Esse significante, na tábua
da sexuação, está do lado homem e quer dizer: existe um
significante para o qual a função fálica é negada. É um sig-
nificante matemático, que tem estatuto diferente dos sig-
nificantes sexuados. É o Um do real, está na ordem da cas-
tração real, por isso “é chamado função do pai” (LACAN,
1972-1973, p.107). É o significante do gozo do corpo, pois é
ordenado por um conjunto de letras. Na ausência de traço,
ele faz existir o significante neste campo fora linguagem.
Lacan, em “O Seminário 19: ... ou pior”, nos adverte: “No
equilíbrio vida e morte, o gozo intervém” (LACAN, 1971-
1972, p. 41), em consonância com essa colocação, ele diz:
“O ser falante é essa relação perturbada com o próprio cor-
po que se chama gozo” (LACAN, 1971-1972, p. 41). No
encontro do ser vivente com a língua materna, o corpo se
constitui como imagem, mas também como eco pulsional
do dizer do Outro. Esse dizer, para que ressoe, é preci-
so que o corpo lhe seja sensível, o que concerne aos seus
orifícios, dos quais o mais importante é o ouvido, pelo fato
de ele não poder se fechar. “É por esse viés que, no corpo,
corresponde o que chamei de voz” (LACAN, 1975-1976,
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 109-115, 2017 111
so do analista. Possibilitando, com isso, uma subversão da Corpo, gozo e lalangue
posição do sujeito nessa relação entre saber e gozo.
Na análise, quando se trabalha no campo da linguagem, o
significante fálico revela os dois sexos na estrutura – o ho-
mem: ter o falo, e a mulher: ser o falo – isso se relaciona
com a castração significante. No campo fora linguagem,
quando não há significante, o analista vai trabalhar com o
significante na ordem da ℨxΦx. Esse significante, na tábua
da sexuação, está do lado homem e quer dizer: existe um
significante para o qual a função fálica é negada. É um sig-
nificante matemático, que tem estatuto diferente dos sig-
nificantes sexuados. É o Um do real, está na ordem da cas-
tração real, por isso “é chamado função do pai” (LACAN,
1972-1973, p.107). É o significante do gozo do corpo, pois é
ordenado por um conjunto de letras. Na ausência de traço,
ele faz existir o significante neste campo fora linguagem.
Lacan, em “O Seminário 19: ... ou pior”, nos adverte: “No
equilíbrio vida e morte, o gozo intervém” (LACAN, 1971-
1972, p. 41), em consonância com essa colocação, ele diz:
“O ser falante é essa relação perturbada com o próprio cor-
po que se chama gozo” (LACAN, 1971-1972, p. 41). No
encontro do ser vivente com a língua materna, o corpo se
constitui como imagem, mas também como eco pulsional
do dizer do Outro. Esse dizer, para que ressoe, é preci-
so que o corpo lhe seja sensível, o que concerne aos seus
orifícios, dos quais o mais importante é o ouvido, pelo fato
de ele não poder se fechar. “É por esse viés que, no corpo,
corresponde o que chamei de voz” (LACAN, 1975-1976,
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 109-115, 2017 111