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Ana Maria Fabrino Favato

como nominação Real, será índice para o Imaginário e Função de nominação
Simbólico do que vem da não relação. Por fim, o SINTOMA,
nominação Simbólica, será índice para o Real e o Imaginário
do recalque originário.

O que isso representa em termos de amarração
borromeana? Se o nó borromeano é o traço que desenha
a experiência de uma análise, aquilo que está disjunto ou
apenas sobreposto originalmente é preciso que seja enoda-
do. É sempre em três suportes subjetivos e pessoais que o
nó vai se apoiar, dando estrutura ao sujeito. Se o nó sustenta
e consiste é porque o imaginário não é só pura imaginação
e o simbólico não é só blá, blá, blá. Há uma ex-sistência,
um buraco para cada um dos termos e é essa ex-sistência
que responde ao Real. (LACAN, 1974-1975, p.35).

A triplicidade da cadeia já faz quatro e, no dizer
de Lacan, Freud tentou enodar o nó de quatro termos com
a realidade psíquica ou o Complexo de Édipo e não com o
real. Não que devamos rejeitar o Complexo de Édipo, ele é
essencial, contudo, quando ele fala que os três termos do
nó são veiculadores de sentido, esses sentidos se referem
ao real pelo qual cada um responde. A trajetória de uma
análise nos mostra que permanecer no Édipo é ficar dando
voltas. O Édipo fornece uma consistência de borda, mas
não de nó, por isso é preciso ir além.

A conjugação do Simbólico, do Imaginário
e do Real se mantém pela função do Pai ou pelo que
Lacan chamou “Os Nomes do Pai”. Partindo de uma

Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 79-85, 2016 83
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