Page 82 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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Função de nominaçãoTraço que desenha a experiência picanalítica
A partir da propriedade da homogeneidade,
Lacan vai inferir que a cadeia borromeana é ao mesmo
tempo, um buraco (do simbólico) uma consistência (do
imaginário) e uma ex-sistência (do real) e que, ao atuarem
de maneira conjunta, adquirem o estatuto da própria
estrutura para o sujeito. Ao homogeneizar Simbólico,
Imaginário e Real, as consistências de cada um desses
registros se equivalem. Eles se atam no nó de uma maneira
que os põe estritamente um em relação com o outro, um
em relação com os outros dois na mesma relação, sem
hierarquias. No entanto, para fazer nó é preciso um buraco,
e não importa quem faz o enodamento ou amarração, o
real é que faz o movimento, marca a direção. Há apenas
uma maneira para que o nó seja borromeano, dirá Lacan:
a passagem do terceiro anel pelos outros dois anéis que se
encontram separados. Esse enodamento permite distinguir
a passagem do elemento essencial do nó: o buraco do
terceiro anel. (LACAN, 1974/1975, p. 29).
O fato de haver o inconsciente e de haver um
dizer, isso faz nó, portanto, diferente de fiarmos na palavra
para fazer nó devemos nos fiar no Real. Para fazer nó, a
indicação de sentido é dada pelo referente ou a nominação
índice que ocupará junto com um dos registros o lugar de
ex-sistência para os outros dois. A nominação é a única
coisa de que estejamos certos de fazer buraco. Portanto, a
INIBIÇÃO, como nominação Imaginária, será índice para
o Simbólico e Real dos orifícios no corpo. A ANGÚSTIA,
82 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 79-85, 2016
A partir da propriedade da homogeneidade,
Lacan vai inferir que a cadeia borromeana é ao mesmo
tempo, um buraco (do simbólico) uma consistência (do
imaginário) e uma ex-sistência (do real) e que, ao atuarem
de maneira conjunta, adquirem o estatuto da própria
estrutura para o sujeito. Ao homogeneizar Simbólico,
Imaginário e Real, as consistências de cada um desses
registros se equivalem. Eles se atam no nó de uma maneira
que os põe estritamente um em relação com o outro, um
em relação com os outros dois na mesma relação, sem
hierarquias. No entanto, para fazer nó é preciso um buraco,
e não importa quem faz o enodamento ou amarração, o
real é que faz o movimento, marca a direção. Há apenas
uma maneira para que o nó seja borromeano, dirá Lacan:
a passagem do terceiro anel pelos outros dois anéis que se
encontram separados. Esse enodamento permite distinguir
a passagem do elemento essencial do nó: o buraco do
terceiro anel. (LACAN, 1974/1975, p. 29).
O fato de haver o inconsciente e de haver um
dizer, isso faz nó, portanto, diferente de fiarmos na palavra
para fazer nó devemos nos fiar no Real. Para fazer nó, a
indicação de sentido é dada pelo referente ou a nominação
índice que ocupará junto com um dos registros o lugar de
ex-sistência para os outros dois. A nominação é a única
coisa de que estejamos certos de fazer buraco. Portanto, a
INIBIÇÃO, como nominação Imaginária, será índice para
o Simbólico e Real dos orifícios no corpo. A ANGÚSTIA,
82 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 79-85, 2016