Page 45 - Revista Ato_Ano_2_n_1
P. 45
Marisa G. Cunha Martins Sintoma / Sinthoma

uma estrutura em que o Nome-do-Pai é um elemento
imprescindível. Conforme Lacan (2007, p. 163), “o pai,
como nome e como aquele que nomeia, não é o mesmo”.
O pai é o quarto elemento articulado ao nó do simbólico,
do imaginário e do real, ele é o sinthoma que é o que há
de mais singular num indivíduo, Joyce identifica-se com
o individual, por meio do que escreveu fez-se um Nome
Próprio, prescindindo do pai.

Contudo, o importante, aqui, é perceber a
singularidade do sinthoma nas amarrações construídas
pelo falasser. É prudente observar que o nó da amarração
neurótica é constituído pela fantasia, ou seja, pelo Édipo.
Numa análise para se chegar ao sinthoma, é necessário que
se vá além do Édipo. Para que isso ocorra, no decorrer da
análise o sujeito, precisa se desvencilhar dos significantes do
Outro, adquirindo seus próprios significantes. Viu-se, que
no caso Hans, a suplência obtida não vai além da Metáfora
Paterna, não constituindo um sinthoma. Nas psicoses, no
caso do nó de Joyce, como desabonado do inconsciente,
ele é o próprio sinthoma. Ele é um sinthoma enquanto
completamente separado do inconsciente do Outro.
Aqui fica entendido que apesar da reparação constituída
por Joyce em seu nó, esse nó jamais se revelará num nó
borromeano. Observa-se que na clínica do real Lacan não
fala mais em estrutura, mas não descarta a diferença entre
uma amarração neurótica e uma construção psicótica.

Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 35-46, 2016 45
   40   41   42   43   44   45   46   47   48   49   50