Page 43 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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Marisa G. Cunha Martins
com o real e o inconsciente. Por esse artifício de escrita,
recompõe-se, por assim dizer, o nó borromeano (LACAN,
2007, p. 148).
Joyce inspirou Lacan em seu último ensino, por Sintoma / Sinthoma
sua prática de escrita, por encarnar o sintoma, por ser
um desabonado do inconsciente. Fez um Nome Próprio a 43
expensas do Nome-do-Pai, através de sua escrita, que foi
publicada, e diz Lacan (2007, p. 91), “ao se pretender um
nome, Joyce fez a compensação da carência paterna”. Ele
fez seu Nome Próprio diante de seu desejo de ser famoso
e de ser lido pelos universitários e, com isso, tinha uma
meta, não se tratava somente de escrever.
Para Dafunchio (2008), Schreber também es-
creveu, mas sua escrita não alcançou a área da literatu-
ra, sua escrita somente interessou aos psicanalistas. Seu
Nome Próprio, portanto, só sustentou sua própria doença.
Ao contrário de Joyce que, com sua escrita, faz a correção
do lapso do nó – a carência do Nome-do-Pai. Essa solução,
encontrada por Joyce, é uma das soluções possíveis. Ela
corrige o lapso no mesmo lugar onde havia sido produzido
no nó. O lapso é corrigido por meio de uma produção sin-
thomática, no mesmo lugar que se soltou, e consegue reter
o imaginário.
Miller, a partir desse Seminário, O sinthoma,
em nota redigida em 27 de janeiro de 2005, comenta que
quando o Nome faz função de sinthoma é porque o nó não
deu conta de agir como suporte do sujeito. Se o nó revela
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 35-46, 2016
com o real e o inconsciente. Por esse artifício de escrita,
recompõe-se, por assim dizer, o nó borromeano (LACAN,
2007, p. 148).
Joyce inspirou Lacan em seu último ensino, por Sintoma / Sinthoma
sua prática de escrita, por encarnar o sintoma, por ser
um desabonado do inconsciente. Fez um Nome Próprio a 43
expensas do Nome-do-Pai, através de sua escrita, que foi
publicada, e diz Lacan (2007, p. 91), “ao se pretender um
nome, Joyce fez a compensação da carência paterna”. Ele
fez seu Nome Próprio diante de seu desejo de ser famoso
e de ser lido pelos universitários e, com isso, tinha uma
meta, não se tratava somente de escrever.
Para Dafunchio (2008), Schreber também es-
creveu, mas sua escrita não alcançou a área da literatu-
ra, sua escrita somente interessou aos psicanalistas. Seu
Nome Próprio, portanto, só sustentou sua própria doença.
Ao contrário de Joyce que, com sua escrita, faz a correção
do lapso do nó – a carência do Nome-do-Pai. Essa solução,
encontrada por Joyce, é uma das soluções possíveis. Ela
corrige o lapso no mesmo lugar onde havia sido produzido
no nó. O lapso é corrigido por meio de uma produção sin-
thomática, no mesmo lugar que se soltou, e consegue reter
o imaginário.
Miller, a partir desse Seminário, O sinthoma,
em nota redigida em 27 de janeiro de 2005, comenta que
quando o Nome faz função de sinthoma é porque o nó não
deu conta de agir como suporte do sujeito. Se o nó revela
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 35-46, 2016