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Marisa G. Cunha Martins Sintoma / Sinthoma

não ao pai. Assim era vista a diferença entre essas duas
estruturas. A teoria dos nós foi formalizada sobre a gene-
ralização do conceito de foraclusão, que por sua vez traz
a generalização do conceito do Nome-do-Pai, implicando
numa pluralização dele, ou seja, Nomes-do-Pai. Susten-
ta-se pelo conceito geral de enlaçamento, destacando que
real, simbólico e imaginário podem se enlaçar pela opera-
ção da metáfora paterna, com a instituição do significante
Nome-do-Pai, mas, há casos em que se dá o enlaçamen-
to a partir de outro elemento que faz suplência ao Nome-
do-Pai. Conforme indica Mazzuca, Schejtman e Zlotnik
(2000), a segunda clínica de Lacan se destaca tendo em
vista o Real e seus efeitos de gozo. Essa clínica traz a noção
de suplência, porém, diferente da primeira clínica, onde
o sintoma fóbico, encontrado no Caso do menino Hans, é
formalizado por Lacan como suplência da metáfora inefi-
caz. Na segunda, o sintoma faz suplência à impossibilida-
de da relação sexual.

Para Miller (2009), o inconsciente como discurso
do Outro relembra o ponto de partida do ensino lacaniano
em sua conferência inicial de 1953, momento em que o
insconsciente está situado no Outro, lugar do tesouro dos
significantes. É assim que Lacan formaliza o sujeito, esse
sujeito que pensa que diz o que quer, mas na verdade ele diz
o que o Outro, ou, o que os outros quiseram. O inconsciente
situado nesse sentido corresponde a uma generalidade e

Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 35-46, 2016 37
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