Page 36 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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Sintoma / SinthomaSinthoma
amarrações que o ser vivente constrói que dizem de seu
gozo e de seu sinthoma.
Nos anos 60, em seu Grafo do desejo Lacan já
aponta a falta de um significante no Outro, o Outro também
é barrado, castrado. O simbólico comporta um furo, por
isso não diz tudo. Diante desse impasse, Lacan repensa
como amarrar a estrutura. Eleva o Nome-do-Pai ao estatuto
de Nomes-do-Pai. No Seminário 20 (1985) surge a ideia do
nó borromeano para dizer disso que escapa à estrutura,
isso que não se escreve na relação sexual. E, na aula do dia
11 de março de 1975, do Seminário RSI, Lacan situa os
Nomes-do-Pai como o Simbólico, o Imaginário e o Real.
Acrescenta, numa aula posterior, a do dia 13 de maio de
1975, a distinção entre três formas de nominação da falta:
no Imaginário como inibição, no Real como angústia e no
Simbólico, na forma do Sintoma. Mas é no Seminário 23
(2007) que Lacan introduz a nominação como um quarto
elemento que amarra a estrutura e articula o significante
ao gozo, ao qual chamou sinthoma, ou sinthome, que faz
homofonia com symptôme (palavra que indica sintoma em
francês) e com saint homme (homem santo).
O que leva Lacan a repensar seu ensino é a fa-
lha estrutural da linguagem que se coloca para todo ser
falante. A partir daí, ele desenvolve as distintas e singulares
maneiras de amarração que o sujeito faz para se haver com
essa falha. Antes, o neurótico respondia pela via da função
do Nome-do-Pai, enquanto a psicose era designada pelo
36 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 35-46, 2016
amarrações que o ser vivente constrói que dizem de seu
gozo e de seu sinthoma.
Nos anos 60, em seu Grafo do desejo Lacan já
aponta a falta de um significante no Outro, o Outro também
é barrado, castrado. O simbólico comporta um furo, por
isso não diz tudo. Diante desse impasse, Lacan repensa
como amarrar a estrutura. Eleva o Nome-do-Pai ao estatuto
de Nomes-do-Pai. No Seminário 20 (1985) surge a ideia do
nó borromeano para dizer disso que escapa à estrutura,
isso que não se escreve na relação sexual. E, na aula do dia
11 de março de 1975, do Seminário RSI, Lacan situa os
Nomes-do-Pai como o Simbólico, o Imaginário e o Real.
Acrescenta, numa aula posterior, a do dia 13 de maio de
1975, a distinção entre três formas de nominação da falta:
no Imaginário como inibição, no Real como angústia e no
Simbólico, na forma do Sintoma. Mas é no Seminário 23
(2007) que Lacan introduz a nominação como um quarto
elemento que amarra a estrutura e articula o significante
ao gozo, ao qual chamou sinthoma, ou sinthome, que faz
homofonia com symptôme (palavra que indica sintoma em
francês) e com saint homme (homem santo).
O que leva Lacan a repensar seu ensino é a fa-
lha estrutural da linguagem que se coloca para todo ser
falante. A partir daí, ele desenvolve as distintas e singulares
maneiras de amarração que o sujeito faz para se haver com
essa falha. Antes, o neurótico respondia pela via da função
do Nome-do-Pai, enquanto a psicose era designada pelo
36 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 35-46, 2016