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angústia, nominação realA angústia e sua relação com o desejo do Outro
partir do momento em que isso é sabido, em que algo chega
ao saber, há alguma coisa perdida, e a maneira mais segura
de abordar esse algo perdido é concebê-lo como um pedaço
do corpo” (LACAN, 2005, p.149).
Sabemos que é quando o falo deixa de ser
tomado como órgão – como um pedaço do corpo – que o
falo simbólico se escreve.
Para Lacan, o falo simbólico designa o lugar
da presença real, de um real incômodo, que se impõe nos
intervalos daquilo que recobre o significante. Há algo
de insuportável nessa presença que remete o sujeito à
lembrança de um gozo difícil de ser dominado. Logo, seu
desvelar não é facilmente manejável. É preciso, portanto,
fazer apelo ao falo imaginário. E é por isso mesmo que, no
campo do sujeito, nunca o vemos a não ser em função de
falo imaginário.
O sistema significante vai assim limitar esse gozo muito
invasor e desmesurado, justamente fazendo apelo ao
significante fálico – sem, entretanto, conseguir recobri-lo
completamente... (GAZZOLA, 2002, p.31).
Se, por um lado, “o significante é aquilo que faz
alto ao gozo” (GAZZOLA, 2002, p.31) como está dito no
Seminário 20, por outro lado, “... a natureza do significan-
te é justamente a de se esforçar por apagar um vestígio. E,
quanto mais se procura apagá-la, para recuperar o vestígio,
mais o vestígio insiste como significante” (LACAN, 2005,
p.152).
72 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 69-77, 2015
partir do momento em que isso é sabido, em que algo chega
ao saber, há alguma coisa perdida, e a maneira mais segura
de abordar esse algo perdido é concebê-lo como um pedaço
do corpo” (LACAN, 2005, p.149).
Sabemos que é quando o falo deixa de ser
tomado como órgão – como um pedaço do corpo – que o
falo simbólico se escreve.
Para Lacan, o falo simbólico designa o lugar
da presença real, de um real incômodo, que se impõe nos
intervalos daquilo que recobre o significante. Há algo
de insuportável nessa presença que remete o sujeito à
lembrança de um gozo difícil de ser dominado. Logo, seu
desvelar não é facilmente manejável. É preciso, portanto,
fazer apelo ao falo imaginário. E é por isso mesmo que, no
campo do sujeito, nunca o vemos a não ser em função de
falo imaginário.
O sistema significante vai assim limitar esse gozo muito
invasor e desmesurado, justamente fazendo apelo ao
significante fálico – sem, entretanto, conseguir recobri-lo
completamente... (GAZZOLA, 2002, p.31).
Se, por um lado, “o significante é aquilo que faz
alto ao gozo” (GAZZOLA, 2002, p.31) como está dito no
Seminário 20, por outro lado, “... a natureza do significan-
te é justamente a de se esforçar por apagar um vestígio. E,
quanto mais se procura apagá-la, para recuperar o vestígio,
mais o vestígio insiste como significante” (LACAN, 2005,
p.152).
72 Revista da Ato – Escola de psicanálise, Belo Horizonte, Angústia, Ano I n. 0, pp. 69-77, 2015