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Crasso Campanha Parente
ciado imaginariamente como ameaça à sua própria exis-
tência durante o complexo de Édipo, onde o falo é o pivô
inicial e que termina com a inscrição da castração, tendo
como consequência a interdição do incesto, inscrevendo
assim a falta no Outro e no sujeito.
De acordo com as elaborações lacanianas do in-
consciente freudiano no Seminário 5 (1957/58), o processo
de inscrição da falta que a criança vivencia durante o com-
plexo de Édipo – que finaliza com a operação da castração,
que é a inscrição da falta no simbólico – é antecedido pela
inscrição da falta no imaginário e no real, ambas vividas
respectivamente com a frustração e privação, nos três tem-
pos do Édipo. A falta é introduzida já logo após o nasci- angústia, nominação real
mento, quando ainda é dependente do Outro que lhe cuida
e a alimenta. Durante esse tempo, a mãe real vai marcando
de forma própria essa criança. Ela se ausenta e também
responde às demandas dessa criança de modo próprio,
deixando faltar algo. Nesse jogo de presença-ausência vai
sendo constituída a mãe simbólica, conforme descrito por
Freud no jogo do fort-da. Assim, a mãe simbólica introduz
a frustração, a falta de um objeto real, o seio materno. A
criança percebe que sua mãe não responde às suas deman-
das porque ela deseja outra coisa, o falo. Isso faz a criança
se identificar com esse objeto. Mas, ele não é capaz de sa-
tisfazer a sua mãe. Quem possui o objeto de desejo ma-
terno é o pai. Isso permitirá à criança alcançar o segundo
tempo do Édipo.
Revista da Ato – Escola de psicanálise | Belo Horizonte | Angústia | Ano I n. 0 | 2015 25
ciado imaginariamente como ameaça à sua própria exis-
tência durante o complexo de Édipo, onde o falo é o pivô
inicial e que termina com a inscrição da castração, tendo
como consequência a interdição do incesto, inscrevendo
assim a falta no Outro e no sujeito.
De acordo com as elaborações lacanianas do in-
consciente freudiano no Seminário 5 (1957/58), o processo
de inscrição da falta que a criança vivencia durante o com-
plexo de Édipo – que finaliza com a operação da castração,
que é a inscrição da falta no simbólico – é antecedido pela
inscrição da falta no imaginário e no real, ambas vividas
respectivamente com a frustração e privação, nos três tem-
pos do Édipo. A falta é introduzida já logo após o nasci- angústia, nominação real
mento, quando ainda é dependente do Outro que lhe cuida
e a alimenta. Durante esse tempo, a mãe real vai marcando
de forma própria essa criança. Ela se ausenta e também
responde às demandas dessa criança de modo próprio,
deixando faltar algo. Nesse jogo de presença-ausência vai
sendo constituída a mãe simbólica, conforme descrito por
Freud no jogo do fort-da. Assim, a mãe simbólica introduz
a frustração, a falta de um objeto real, o seio materno. A
criança percebe que sua mãe não responde às suas deman-
das porque ela deseja outra coisa, o falo. Isso faz a criança
se identificar com esse objeto. Mas, ele não é capaz de sa-
tisfazer a sua mãe. Quem possui o objeto de desejo ma-
terno é o pai. Isso permitirá à criança alcançar o segundo
tempo do Édipo.
Revista da Ato – Escola de psicanálise | Belo Horizonte | Angústia | Ano I n. 0 | 2015 25