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angústia, nominação realQual a função do fantasma no tratamento analítico?

to permaneceram como real impossível de ser apreendi-
do. Restos que Lacan nomeou objetos a: seio, fezes, olhar
e voz.  Objetos a extraídos do Outro no terceiro tempo do
Édipo, na castração, momento em que se finaliza a consti-
tuição do sujeito.

Após a sua constituição como sujeito, o falasser
se torna apto a operar no futuro com seu fantasma, por isso
é necessário entender como o sujeito se constitui desde o
seu nascimento até o terceiro tempo do Édipo.

Para se constituir como sujeito, a criança neces-
sita de um Outro que introduzirá o simbólico, via pulsão. A
pulsão é um Conceito freudiano fundamental, que é fron-
teira entre o somático e o psíquico. É o que liga o real do
corpo com as palavras. Inicialmente, a pulsão vai marcando
o corpo em partes separadas, em zonas erógenas que con-
tornam e fazem borda aos orifícios do corpo – boca, ânus,
ouvidos, olhos. O processo de unificação pulsional desse
corpo despedaçado se faz diante do espelho. Lacan (1949)
descreve o estádio do espelho como um processo através
do qual a criança, ainda imatura, vivencia a sua unificação
corpórea e antecipa a sua autonomia. Sua imagem, o outro
no espelho, se identifica ao eu ideal i(a). Assim, o eu (moi),
enquanto outro, se torna objeto pulsional dessa criança,
antes do outro se tornar também objeto da pulsão.

Inicialmente, o eu ideal responde ao ideal do Ou-
tro. Esta fase coincide com a fase fálica, em que a criança
está identificada ao falo. O temor de perder o pênis é viven-

24 Revista da Ato – Escola de psicanálise | Belo Horizonte | Angústia | Ano I n. 0 | 2015
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