Page 30 - Revista Ato_Ano_2_n_1
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InibiçãoInibição: nominação imaginária
armadilha da captura narcísica, a libido está inteiramente
investida no próprio eu e o investimento dela em relação ao
objeto se apresenta de alguma forma, obstruído. A libido
circula como um circuito fechado entre o eu e a imagem
do eu. Mas, o que constitui o eu são pontos de perda. É
quando o sujeito investe no objeto, que a falha na imagem
aparece e o real aí se apresenta como objeto a. O objeto
a é o que falta ao ideal do eu. O que coloca o sujeito em
movimento, o que o permite sair da relação especular é
justamente a falha na imagem. É na distância entre o ideal
do eu e o objeto que o sujeito advém.
Para Gilda Vaz Rodrigues,
A estrutura essencial da inibição consiste em manter a
distância ótima entre o sujeito e seu ideal. A inibição visa
a barrar o sujeito nessa busca de se atingir o ideal, o que
configuraria a paranóia. Assim, ao se tentar atingir a perfeição
da imagem ideal, esbarra-se na inibição que preserva a
identidade vazia do ser. Dessa forma a inibição também é
uma forma de nomeação, de nomear a falta no registro do
imaginário. (Rodrigues, 2013, p.130).
Lacan, ao avançar em sua teoria sobre o real,
conclui que uma análise tem que ir além da cadeia de
significantes, além de uma amarração edipiana. O sujeito
deve ser desenlaçado de sua posição edipiana que produz
fixações e ficções. Nesse momento, ele busca uma
nomeação que toque o real. Uma amarração de outro modo,
que implica inventar algo nesse campo que não faz cadeia,
campo próprio da pulsão de morte, já definida por Freud
30 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 25-32, 2016
armadilha da captura narcísica, a libido está inteiramente
investida no próprio eu e o investimento dela em relação ao
objeto se apresenta de alguma forma, obstruído. A libido
circula como um circuito fechado entre o eu e a imagem
do eu. Mas, o que constitui o eu são pontos de perda. É
quando o sujeito investe no objeto, que a falha na imagem
aparece e o real aí se apresenta como objeto a. O objeto
a é o que falta ao ideal do eu. O que coloca o sujeito em
movimento, o que o permite sair da relação especular é
justamente a falha na imagem. É na distância entre o ideal
do eu e o objeto que o sujeito advém.
Para Gilda Vaz Rodrigues,
A estrutura essencial da inibição consiste em manter a
distância ótima entre o sujeito e seu ideal. A inibição visa
a barrar o sujeito nessa busca de se atingir o ideal, o que
configuraria a paranóia. Assim, ao se tentar atingir a perfeição
da imagem ideal, esbarra-se na inibição que preserva a
identidade vazia do ser. Dessa forma a inibição também é
uma forma de nomeação, de nomear a falta no registro do
imaginário. (Rodrigues, 2013, p.130).
Lacan, ao avançar em sua teoria sobre o real,
conclui que uma análise tem que ir além da cadeia de
significantes, além de uma amarração edipiana. O sujeito
deve ser desenlaçado de sua posição edipiana que produz
fixações e ficções. Nesse momento, ele busca uma
nomeação que toque o real. Uma amarração de outro modo,
que implica inventar algo nesse campo que não faz cadeia,
campo próprio da pulsão de morte, já definida por Freud
30 Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Inibição, sintoma, angústia, Ano II n. 1, pp. 25-32, 2016