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Nilza Ericson
Os significantes, que fazem o circuito da demanda a qual
não é passível de satisfação, que não tem como ser atendi-
da, vão engendrando as voltas no interior do toro.
Há sempre uma volta a mais da qual o sujeito não se dá Faz-se topologia com o desejo do analista?
conta e aquela que não se conta, mas que se escreve: a volta
do desejo criada pelo encontro com o “nada fundamental”
que a cada volta da demanda se reativa. Os três registros
RSI articulam no sujeito essas voltas e aparecem aí enoda-
dos. Assim, o circuito da demanda e o circuito do desejo
se conjugam. O objeto metonímico do desejo desliza na
cadeia como falta que se repete.
O sujeito é representado pelos significantes (simbólico)
– “imaginariza” a experiência da falta como frustração –,
(imaginário) – topa com a ausência do objeto que se loca-
liza no buraco central do toro, no seu centro exterior, isto
é, a privação (real). A privação situa aquilo que do Outro é
impossível responder à demanda. O Outro é esse lugar da
alteridade absoluta que o sujeito neurótico busca enlaçar
em um “abraço tórico”. O enodamento dos dois toros pelo
buraco central, ilusão de complementariedade, é de fato a
conjunção de dois vazios.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 9-18, 2017 13
Os significantes, que fazem o circuito da demanda a qual
não é passível de satisfação, que não tem como ser atendi-
da, vão engendrando as voltas no interior do toro.
Há sempre uma volta a mais da qual o sujeito não se dá Faz-se topologia com o desejo do analista?
conta e aquela que não se conta, mas que se escreve: a volta
do desejo criada pelo encontro com o “nada fundamental”
que a cada volta da demanda se reativa. Os três registros
RSI articulam no sujeito essas voltas e aparecem aí enoda-
dos. Assim, o circuito da demanda e o circuito do desejo
se conjugam. O objeto metonímico do desejo desliza na
cadeia como falta que se repete.
O sujeito é representado pelos significantes (simbólico)
– “imaginariza” a experiência da falta como frustração –,
(imaginário) – topa com a ausência do objeto que se loca-
liza no buraco central do toro, no seu centro exterior, isto
é, a privação (real). A privação situa aquilo que do Outro é
impossível responder à demanda. O Outro é esse lugar da
alteridade absoluta que o sujeito neurótico busca enlaçar
em um “abraço tórico”. O enodamento dos dois toros pelo
buraco central, ilusão de complementariedade, é de fato a
conjunção de dois vazios.
Revista da ATO – escola de psicanálise, Belo Horizonte, Topologia e desejo do analista, ano 3, n. 3, p. 9-18, 2017 13