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EDITORIAL

Lacan parte da estrutura do nó borromeano e eno- Revista da ATO - escola de psicanálise | Belo Horizonte | O Nó e a Clínica | Ano III, n. 2 | 2016
da o Simbólico, o Imaginário e o Real, homogeneizando-os.
A definição do nó borromeano parte de três, e sabe-se que,
uma vez rompido um anel, os outros dois se soltam.

Ao homogeneizar o Simbólico, o Imaginário e o
Real, Lacan lhes dá uma consistência, uma consistência do
Imaginário. E acrescenta que a consistência do Imaginário
é estritamente equivalente à do simbólico e à do Real.

O nó planeado traz na sua escritura a dimensão
da ex-sistência. A ex-sistência suporta que cada um dos
termos Real, Simbólico e Imaginário faça buraco.

O que implica que a psicanálise opere? Indaga
Lacan no Seminário RSI.

Segundo Maria Aparecida Oliveira do Nasci-
mento, o trabalho analítico, sustentado na transferência,
opera por meio de um corte que intervém para abrir um
espaço, uma brecha entre um significante e outro. É diante
de um corte, uma fenda, de um interdito que algo toca o nó,
mas não basta chegar ao nó é preciso fazer sua escritura.
Podemos dizer que a análise é um espaço entre dois – espaços
de ex-sistência.

Que história é essa de buraco, de consistência e
de ex-sistência? Esta indagação foi o ponto de partida para

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