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O lugar do vazio na psicanálise

“O psicanalista precisa ser,
não ser.
Nunca é completamente
nem não é completamente:
Folha de papel
em branco 
a se escrever”.

(Raul Macedo, 2023, p. 61)

A psicanálise é uma prática que gravita em torno do vazio. Falar em uma análise é estar às voltas com algo que não se sabe o que é. A própria estrutura da linguagem falha em alcançar todos os sentidos e sempre restará algo mais a dizer. A partir desse buraco da linguagem, um sujeito fala e tenta se situar na ordem do discurso que o determina, mas sem conseguir alcançar as significações que procura.


Os lapsos de memória, os atos falhos, os sonhos e os sintomas fazem enigma ao sujeito que desconhece o que quer ou o que ele é. Não saber o que se é, não saber o que se diz, não saber o que se deseja, remetem às modalidades negativas da falta experimentadas pelo sujeito na castração, frustração e privação. Em Freud, o desejo se move em relação a um vazio; o vazio do objeto. Entre o desejo e o objeto há uma hiância. A satisfação que perseguimos não é alcançada, porque o objeto está para sempre perdido, e qualquer tentativa de representação simbólica/imaginária dele é um esforço vão. A força desse objeto é a ausência; ele é mudo, inassimilável, assim como o desejo. Tudo o que se manifesta, nesse lugar, nos indica a função estruturante dessa ausência, tal como o trabalho do oleiro que estrutura o vaso a partir do vazio. “É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar”.  Deixar vazio o lugar do próprio desejo, para fazer surgir o desejo do analisando, é a responsabilidade ética do psicanalista.

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